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quarta-feira, outubro 25, 2006
O ABORTO E A LEI !!!
Devemos ser poupadinhos nos crimes. Só devem ter estatuto penal determinados comportamentos limite. E, acima de tudo, neste tipo de crimes, não se pode continuar a criminalizar uma conduta que a sociedade já não considera suficientemente grave para ser crime. Cá por mim é essa a pergunta que tem ser feita.
Terá o aborto em Portugal até às 10 ou 12 semanas suficiente censura ética e social para continuar a ser criminalizado?
Essa era a pergunta que deveria ser feita e respondida em referendo. Sem ruídos de fundo, tais como "aqui quem manda sou eu", "não matem o zezinho", ou fotos de fetos de nove meses. Se a discussão pudesse ser feita sem estes ruídos de fundo seria possível apurar o que interessa saber, ou seja, se para nós portugueses, independetemente do que diz a lei, é ou não um acto susceptível de justificar a condenação em penas de prisão, por parte de quem o pratica.
Aqui não dá para distinguir as mulheres que abortam porque sim das mulheres que abortam porque tem que ser. Embora eu insista que me custa muito a acreditar que se aborte porque sim. Acrescento que qualquer campanha de esclarecimento ou apresentação de alternativas a quem quer abortar só são possíveis caso o aborto deixe de ser considerado crime. Nessa altura, pode haver um processo prévio de conciencialização (na minha opinião deve, mesmo haver) e é possível "salvar" os casos menos convictos.
O silêncio e a obscuridade da prática actual são, evidentemente, o pior inimigo do "zezinho". Por isso eu penso que quem está, de facto, interessado em evitar abortos não tem razão para se opor à lei.
2x3: Colaboração da leitora Conceição (desta vez sem ser em rima).
O assunto é demasiado sério e a Igreja tem uma posição muito rígida sobre o tema. Nada melhor que ouvir os portugueses, no fundo a lei é para os portugueses.
ResponderEliminarO primeiro referendo que se realizou até foi favorável às teses da Igreja, como todos se lembram.