Vai a ARCOR comemorar mais um aniversário, na sua caminhada que muita gente céptica e pouco crente nos valores da juventude de então, augurava um fim triste e precoce.
Felizmente que passados todos estes anos, todos os objectivos (e dizemos todos) que se definiram como alvo foram alcançados, senão mesmo ultrapassados, de forma digna, nobre e humilde; é que a nobreza é humilde quando usada por gente que sabe que o bem-estar de todos é o essencial na vivência humana.
Foram alguns os que se empenharam nesta tarefa; continuam a ser somente alguns que se empenham, através do seu trabalho, do seu querer e quantas vezes até, do seu sacrifício pessoal e familiar, a dar o melhor de si para que a Associação seja cada vez mais forte.
A grandeza da obra feita, fazendo parte da memória histórica da nossa terra, é, contudo, uma realização que orgulha uma geração, a geração daqueles herdeiros do " pé descalço" que, pouco a pouco, souberam sair da marginalização a que eram votados, para fazerem surgir uma obra digna de referência.
Quantas vezes esses poucos foram diabolizados por aqueles que entendem que a tarefa social é algo que só pertence aos fracos, aos que nada mais merecem que a marginalização, porque nascidos do nada, no nada devem continuar.
As sociedades modernas evoluem e constroem-se através de mudanças, mudanças quantas vezes não aceites, para se oporem, porque não capazes de se adaptarem, às exigências dessas mudanças.
E aquilo que há 20 anos era uma ilusão de alguns, porque herdeiros dos desfavorecidos, incluídos no grupo dos marginalizados, transformou-se neste tempo numa realidade social tão evidente e tão aplaudida que até aqueles que sempre se afastaram ou até criticaram negativamente a ARCOR, são agora os que com o seu "apoio incondicional" pretendem tornar-se nos "proprietários" do que não tem dono.
Há muito cidadão da nossa aldeia que continua manietado e não quer assumir que a ARCOR é uma obra que a todos interessa; algo que merece e dignifica uma geração, porventura a geração nascida a partir dos anos cinquenta.
Todas nós somos poucos porque sempre fomos quase sempre os mesmos; não nos preocupamos com votos, apesar de sermos votados; não nos preocupamos com as críticas porque elas só existem quando algo existe; não nos preocupamos com a denúncia porque ela só vem provar que a verdade está acima do espírito menos informado.
Aqueles que até hoje tem estado no topo dos destinos da associação não sabem estar numa sociedade que se governa e gere pela submissão, a submissão imposta porventura por alguns, que julgando-se detentores, por herança ,de títulos que já não merecem, os continuam a aplicar, não salvaguardando aquilo que de mais importante há: a dignidade humana.
E é a pensar na dignidade humana, aquela que na nossa sociedade rica de exibicionistas é a mais atacada, que os mesmos de sempre voltaram a exigir um novo investimento: o Lar de Idosos.
E ele aí está a dar os primeiros passos!
O bem-estar social dos nossos idosos de hoje e, de nós, idosos de amanhã, exige este esforço complementar. Daqui lançamos este repto. Dispam o fato da importância! Deixem de ouvir as afirmações e opiniões forjadas pela hipocrisia!
Venham à ARCOR tomar conhecimento da sua vitalidade. Venham os jovens, aqueles que amanhã terão de ser os interlocutores com todos os que nos têm apoiado e que nos vão continuar a apoiar; necessitamos de gente jovem, que não se queira acomodar ás facilidades actuais porque o futuro, um futuro que todos nós projectamos como bom, seja aceite e compreendido por todos.
O amanhã esta aí! É hoje!
A ARCOR não é de ninguém! É de todos! Mas há algum que até lhe querem demais! Não é CV? E quantos outros CVês, gerindo o seu querer à sua maneira?
ARMANDO FERREIRA
Presidente do Conselho Fiscal da ARCOR.
2x3: Opinião publicada na edição de 27 de Janeiro de 2006, nos jornais Região de Águeda e Soberania do Povo.
O artigo é excelente e é recordado com muita oportunidade, pois esquece muito a quem não sabe e não quer saber e faz por esquecer os que ainda fazem alguma coisa pela nossa terra. Mas pergunto eu como é que é que os tais importantes não tiram o fato das grandezas e arregaçam as mangas e como é que está o processo do lar de idosos.
ResponderEliminarO artigo é excelente e é recordado com muita oportunidade, pois esquece muito a quem não sabe e não quer saber e faz por esquecer os que ainda fazem alguma coisa pela nossa terra. Mas pergunto eu como é que é que os tais importantes não tiram o fato das grandezas e arregaçam as mangas e como é que está o processo do lar de idosos.
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