Sou pessoa muito dada a saudades e hoje, sem querer, dei com um oleiro a oleirar, coisa que não vai para mais de 20 anos. Ou mais... Falo do tempo de escola e tenho uma vaga ideia de um senhor da rua do cabo também fazer umas coisas de barro. Um barro que para mim sempre foi estranho: preto.
O oleiro sempre me impressionou: as mãos de um oleiro tudo fazem, ou tudo podem fazer! Até milagres, com o barro. Conseguem criar coisas e, mais importante, conseguem transmitir afectos. São criativos, com as mãos. Estas, de certo modo, traem-nos até, na medida em que revelam muito de nós. Nessa medida gosto de traições... Gosto que sintam o que me vai por dentro.
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