O correio anda atrasado...

Sou do tempo, e não foi há tanto tempo assim, em que uma das formas de matar saudades da terra era receber o Jornal da Arcor. Soube que o endereço foi pedido a minha mãe, recebia-o em envelope fechado e selado e não dormia enquanto não o lia, no dia em que chegava pelo correio. E sempre me lembrava de uma expressão de meu avô, quando lia o Amigo do Povo. Dizia ele, sentado ao sol da eira, que o lia «de fio a pavio». Era como eu a ler o Jornal da Arcor. Também «de fio a pavio».
O jornal deixou entretanto desapareceu do mapa, deixou de ser publicado há uns anos, e foi com alegria que li no site da Arcor, em Março deste ano, que ia ser publicado. Nunca o vi em papel, mas apenas em forma digital, e que deixara de ser trimestral para ser quadrimestral. A 30 Agosto (ver na imagem), o site oficial da Arcor dava conta que está ser ultimado e que vai ser disponibilizado em breve, em formato digital e de papel. No digital, fui procurando e ainda não o vi. Como o formato de papel, nunca o recebi, tinha a fé que o encontrasse hoje lá por casa da família de Óis. Afinal, já lá vão 24 dias. Mas também não!
Assim, a gente não sabe de nada do que se passa na Arcor, nem as novidades do novo ano lectivo, nem a evolução da canoagem, nem a peça de teatro, nem o aumento de utentes e das mensalidades, nem das carrinhas gripadas, nem nada. O sr. Memórias d´Óis, nesse campo, era um mestre. Neste e noutros, tiro-lhe o meu chapéu!
PS: Confesso que recebi o jornal durante anos e
nunca contribuí para ele, nem para os selos do
correio. Mas sempre me chegou a casa e sei que era
distribuído em Óis, de porta a porta. Agora, o correio ou
anda atrasado, ou está de greve.
E a Arcor tem fala de pessoal.
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