segunda-feira, janeiro 24, 2022

A actriz Ni Fernandes, o «Gira Só» e o Grupo de Teatro da ARCOR !

O «Gira Só» inspirado na ARCOR e ÓdR
Ni Fernandes


A actriz Ni Fernandes disse ao d´Óis Por Três que «não há qualquer desenvolvimento» na probabilidade de, de momento, vir a colaborar com a ARCOR e o seu Grupo de Teatro Amador (GTA).
«Ainda não tive qualquer abordagem depois da última reunião, o que é compreensível pois, neste momento, haverão com certeza decisões mais importantes a serem tomadas», afirmou a actriz, óisdaribeirense por adopção e que se dispunha (e dispõe) «dar formação e ajudar na encenação de um espectáculo».
Autora e intérprete do projecto «Gira Só», inspirada em utentes do centro de dia da associação e moradores de Óis da Ribeira, explicou que «tudo dependerá de custos e desta fase complicada em que vivemos».
O «Gira Só» foi uma performance teatral «concebida para um ambiente intimista» (...), relativamente próximo do público porque é sobretudo um momento de partilha e reflexão. Pretendeu «fazer rir e emocionar, mas sobretudo dar a conhecer um outro lado daqueles que outrora foram parte ativa deste mundo»,.
As personagens centrais foram «figurinos resultantes de um lençol com muitos anos, desenhado pelas mãos dos utentes do centro de dia da ARCOR» e com Ni Fernandes esteve em palco a atriz Linda Rodrigues, residente no Porto e com «um currículo invejável». A música foi do aguedense Tiago Pereira e o «Gira Só» esteve em cena nos dias 24, 25 e 26 de Setembro de 2021, na casa do Adro, em Águeda e no espaço reabilitado do Cancioneiro. E mas tarde em Albergaria-a-Velha e outras cidades.
Ni Fernandes e Linda Rodrigues
Cartaz do «Gira Só»

«Gira Só» na ARCOR
e em Óis da Ribeira ?
Quem sabe?


O espetáculo tem duas figuras centrais: o tempo e a solidão, e ambos viajam por seis personagens sem nome. Personagens que representam as diferentes pessoas com quem a actriz e autora conversou em Óis da Ribeira.
«As histórias são a fusão dessas mesmas conversas. Ouvir-se-ão também as vozes de todos os intervenientes. Apesar da generosidade na partilha, é fundamental salvaguardar a sua identidade/ privacidade», disse Ni Fernandes, quando, em Setembro de 2021, a ouvimos sobre a estreia e a probabilidade de o espectáculo ser apresentado em Óis da Ribeira.
Agora e por Óis da Ribeira «estar sedenta de teatro», o d´Óis Por perguntou-lhe se «a apresentação do «Gira Só» em Óis da Ribeira está completamente posta de parte», o que (a apresentação) considerámos que «seria muito interessante, ainda que retirando um ou outro pormenor do enredo, para não ferir sensibilidades».
«Acho que uma apresentação do espectáculo em Óis, no salão da ARCOR, seria dar uma exposição desnecessária a todas as pessoas com quem conversei. Porque são conhecidas, é uma terra pequena», disse Ni Fernandes, deixando um... mas.
«Mas no futuro, com autorização de todos, quem sabe?», interrogou-se a actriz, acrescentando que «é um espetáculo que neste momento pertence à Associação Echo Coletivo e poderá ser comprado». Todavia, sublinhou também, que «não quero alterar a génese dele, mudar as histórias ou cortar partes». Por isso, concluiu, «não faz sentido trazê-lo a Óis da Ribeira, pelo menos nos próximos tempos».
«Felizmente encontro-me com bastante trabalho e o tempo que resta para me dedicar a esta terra que tão bem me acolheu é escasso», disse Ni Fernandes, lamentando «não poder dar mais informações sobre a minha colaboração com a vossa tão querida ARCOR.
O «Gira Sá» em Águeda
Ni Fernandes no «Gira
Só» de Albergaria
(foto Mário Abreu)

Promover a leitura e valorizar a narração de histórias tradicionais

Ni Fernandes é natural de Santarém, de 42 anos e filha de pai escalabitano e mãe de Sever do Vouga. Há cerca de dois anos que reside em Óis da Ribeira, onde se diz «ter tido a sorte de ser recebida pelas melhores anfitriãs».
Estudou teatro na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), no Porto, na qual concluiu bacharelato em Interpretação em 2006 e se licenciou em Estudos Teatrais no ano seguinte (2007).
A nível profissional foi dirigida por Andrea Gabilondo, Peter Michael Dietz, Rogério de Carvalho, Howard Gayton, Diogo Dória, António Durães e Fernando Mora Ramos, entre outros.
O seu trabalho incide, sobretudo, como atriz de teatro, performer, professora de expressão dramática e encenadora, também participou nas novelas «Podia Acabar o Mundo »(da SIC), «Feitiço de Amor» (de TVI) e na série «Dentro» (daRTP1). Colaborou com a agência francesa La Lune Rousse, Teatro Helena Sá e Costa, Projeto EZ e Dogma 12. Desenvolveu em junho de 2014, o projeto Fénix - Renascer das Memórias (teatro com idosos), que venceu o concurso Mentes Criativas e Inovadoras, da Câmara Municipal de Águeda.
Paralelamente, é atriz e marionetista residente na Companhia Pandora Teatro «Marionetas para a Infância», de Vila Nova de Gaia e já desde 2017. Encenou teatro comunitário e intergeracional em Águeda, e apresentou vários projetos da sua autoria para bibliotecas e destinados a público familiar, de promoção da leitura e valorização da narração de histórias tradicionais. Em 2020, passou a integrar o elenco das Contilheiras, do Porto.

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