sexta-feira, abril 22, 2022

A placa do Largo do Barqueiro Zebedeu! «Cuidar o herdado para deixar o legado!».

 

O descerramento da placa, a 30 de Setembro de 2000: Dinis Pereira (neto de Zebedeu) e os
 presidentes Fernando Pires (da Junta de Óis da Ribeira), Castro Azevedo (da Câmara) e
 Horácio Marçal (da Assembleia Municipal de Águeda)

A placa desapareceu: Isto é «cuidar o herdado para
deixar em legado». É por para o lixo da memória e
a história da vila de Óis da Ribeira
Zebedeu A.  Costa

A placa do Largo Barqueiro Zebedeu desapareceu. Assim é, no seu expoente máximo e na linguagem da actual Junta de Freguesia da UFTOR: «Cuidar do herdado para deixar em legado»!
A placa que homenageia o barqueiro Zebedeu Alves da Costa foi descerrada 30 de Setembro de 2000 - dia também da inauguração da antiga sede da Tuna, há anos abandonada pela autarquia (sua proprietária) e situada na Rua Adolfo Pires dos Reis (Viveiro) e cedida pela autarquia.
Zebedeu foi o último barqueiro a assegurar a passagem de Óis da Ribeira para e de Cabanões, no rio Águeda - até à construção da ponte, inaugurada a 25 de Maio de 1952. O serviço era contratado com a Junta de Freguesia de Óis da Ribeira e por arrematação pública. Entre outras obrigações, particularmente as horárias, tinha de ter duas embarcações disponíveis (para passageiros e carros) e ambas sempre limpas e bem assoalhadas.

A 28 de Julho e 13 de Setembro de 2016, há quase 6 anos e entre outras ocasiões, já o d´Óis Por Três falou do abandono da placa com o seu nome: suja e partida, co o se vê na imagem abaixo. E comentou que não é assim, abandonando e ferindo a memória das pessoas que são parte da história da vila de Óis da Ribeira, que se prestigiam as personalidades homenageadas e muito menos quem deveria cuidar do interesse público.
Placa do Largo Zebedeu Alves da
Costa, o Barqueiro. A 13/09/2016 e
já então abandonada, como outras
coisas públicas de Óis da Ribeira!
A (não) placa a 21/04/2022
Desapareceu, desonrando a
memória do homenageado


Uma família
de barqueiros


Zebedeu Alves da Costa nasceu a 29 de Julho de 1886, filho de Joaquim Alves da Costa e de Maria Bárbara Soares dos Santos. Neto paterno de Manuel Alves da Costa e de Ana Maria Carvalho e materno de António Lopes dos Santos e Rosa Emília Soares. Casou a 23 de Maio de 1907, aos 20 anos e com Maria Augusta Pires, de 25, ambos jornaleiros, ela filha de Maria José Pires Ferreira.
Pertencia a uma família de barqueiros, pelo menos desde os finais do século XIX. Viria a falecer a 15 de Junho de 1954, aos 68 anos e vítima de doença, um ataque epiléctico, quando estava internado no Hospital Conde Sucena, em Águeda.
Descendentes, na actualidade e entre outros, são os netos Dinis de Oliveira Alves Pereira, filho de Cesaltina e morador em Eirol (na foto), Zebedeu (nos Estados Unidos) e Joaquim Oliveira Costa (filhos de Maria Lá) e, filhos de Augusta, Álvaro, Maria Augusta, José e Messias (moradores em Recardães) e Nair Pires de Carvalho (no limite com Espinhel), entre outros.
A placa desaparecida (e não reposta) desprestigia a autarquia local, ofende a família e o homenageado e a memória da vila de Óis da Ribeira. Mas é assim, na história contemporânea, que se assume «cuidar o herdado para deixar o legado».

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