quarta-feira, novembro 19, 2008

O funil e o búzio do sardinheiro...


As limpezas de casa fizeram-me encontrar um velho funil e ao vê-lo quebrei uma barreira emocional do meu tempo mais adolescente. Era com um funil que o nosso grupo combinava encontros, sempre que queríamos entrar em situação marginal aos bons costumes da família e da sociedade ribeirense. Em pecado!
Agora, com a idade olho-o de cara aparvalhada e observo-lhe a discrepância das aberturas, mais larga e mais estreita, enfuniladas... que sempre me entupiram o sistema nervoso central. Ainda por cima, o afunilamento não se resolve com soda cáustica...
Já experimentaram soprar com força para dentro? Pode ser que funcione como uma espécie de energia eólica interior e a coisa desentupa por si. Só que a turbulência lá dentro, ainda baralha mais o que tem que sair.
O velho funil faz-me lembrar um sardinheiro que suponho que era da Fontinha e aparecia nas ruas de Óis com um búzio a chamar as freguesas e nós, ao ouvi-lo, logo íamos todos a correr, para ver a sardinha na caixa.
Aquilo é que eram tempos...

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