sexta-feira, maio 25, 2018

António Bernardino, o ribeirense Berna dos fados de Coimbra!

António Bernardino, o Berna, em foto «captada» da capa do disco «Baladas por António
Bernardino», com Nuno Guimarães (guitarra) e Rui Pato (viola), em 1965
Capa do disco «Fado Corrido de Coimbra», de
 António Bernardino, com Nuno Guimarães e
Manuel Borralho (guitarra) e Jorge Rino e Rui
Borralha (viola)

O d´Óis Por Três anunciou a homenagem a António Bernardino, marcada para 2 de Junho de 2018, e hoje, citando o blogue «Guitar-
ras de Coimbra, AQUI, com a devida vénia, recorda al-guns dos seus dados cur-
riculares, como cantor do fado de Coimbra.
O autor é Octávio Sérgio, seu companheiro do fado coimbrão:
«António Bernardino Pires dos Santos (Berna), nas-
António Berna em 1965, no Chicote, em Lisboa,
com António Dias e Nuno Guimarães (violas)
e Jorge Rino, de Recardães (guitarra)
ceu em 20 de Agosto de 1941, em Óis da Ribeira, concelho de Águeda. Fez o liceu em Aveiro onde deu os primeiros passos nas cantigas, não só na Récita
de Finalistas de 1961/62, como também em inúmeras serenatas, tão em voga na época. Do seu primeiro Grupo de Fados de Aveiro marcaram presença Antó-
nio Andias, António Castro, Carlos Lima e Mário Cruz.
António Berna, à esquerda, Machado Soares
e Octávio Sérgio na Madeira (1983)
- Chegou a Coimbra em 1963 e desde logo as suas grandes capacidades de intérprete o guindaram à ribalta da Canção Coimbrã. Foram seus companheiros nessa época António Por-
tugal, os irmãos Melo (Er-
nesto e Eduardo), Octávio Sérgio, Nuno Guimarães, Manuel Borralho, Francisco Martins, Hermínio Menino, Jorge Rino, Rui Pato, Dur-
val Moreirinhas e Jorge Moutinho. Colaborou com quase todas as secções culturais da Associação Académica de Coimbra (AAC) - o Orfeão, a Tuna, o CITAC, o Coro Misto / Dan-
Armando Marta e António Bernardino, 
Octávio Sérgio e Durval Moreirinhas
ças Regionais - e manifes-
tações académicas - saraus, serenatas monumentais, latadas, festas de repúblicas, etc.
Disco de António Berna, com os temas Sé 

Velha e Fado Corrido de Coimbra (Face A),
Mar Largo e Fado das Águias (B)
- Gravou o seu primeiro disco em 1964, do qual faziam parte a “Samaritana” e “Fado do 5º. Ano Médico”. Alguns dos seus registos fonográficos, nomeadamente os de contestação, não chegaram ao grande público, embora existam alguns exemplares guardados religiosamente em colecções particulares. Em 1969, gravo o LP “Flores para Coimbra”, sem dúvida, o seu trabalho mais importante e que marcou um momento histórico de viragem. 
- António Bernardino considerou-se influenciado por José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e pela poesia de Manuel Alegre. Gravou oficialmente cerca de 50 temas. 
António Bernardino foi evocado a na Torre do An-
to, pela Câmara Municipal de Coimbra, a 18 de
Junho de 2016, aos 20 anos da sua morte
- Em 1967, foi mobilizado para a guerra colonial, em Moçambique, local onde permaneceu até 1974. Regressado de África, passou a residir em Lisboa a partir de 1975. Licenciado em Ciências A Geográficas, exerceu o cargo de vice-presidente dos Serviços Sociais da Universidade de Lisboa. Continuou sempre a cantar e a participar em espectáculos, gravações de discos e programas de televisão e rádio. Nesta fase, foi acompanhado por António Portu-
gal, António Brojo, João Bagão, Octávio Sérgio, Aurélio Reis, Luís Filipe, Rui Pato, Durval Moreirinhas e tantos outros.
- António Bernardino foi, seguramente, o cantor que mais divulgou a canção de Coimbra no estrangeiro. Dos Estados Unidos à ex-URSS, da América Central à Tailândia, da América do Sul à Malásia, da África a Macau, a todos levou um pouco da cultura coimbrã.
- No dia 10 de Junho de 1995, foi agraciado pelo então Presidente da Republica Dr. Mário Soares, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, por serviços relevantes prestados à cultura.
- Faleceu em Junho de 1996.

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