A Escola Primária de Óis da Ribeira, há 73 anos!

O bloco escolar de Óis da Ribeira está abandonado e esquecido pelas entidades públicas.
A sala da esquerda, a primeira, foi «decidida» há precisamente 73 anos!

Ervas e arbustos crescem ao

longo das paredes da escola

A escola primária de Óis da Ribeira está lamentavel-
mente abandonada, sem alunos e transformada num campo de ervas. Por ela passaram milhares de ribeirenses, que nela aprenderam a ler e escrever e as noções básicas da cultura e do conhecimento. Há precisamente 73 anos deram-se importantes passos para a construção da primeira sala, a de apenas rés do chão.
A 14 de Agosto de 1945, efectivamente, a Junta de Freguesia presidida pelo benemérito Benjamim Soares de Freitas acertou as condições finais para que ficasse disponível a área suficiente para a construção da sala, em terrenos dispensados por João Simões Estima, de Espinhel, e Manuel Soares dos Santos (Lopes), que era o tesoureiro da autarquia ribeirense.
A operação envolveu uma troca, já que João Simões Estima não queria vender. Mas cedeu um terreno de 43 metros de comprimento e 4,5 de largura - ou seja, 193,5 metros quadrados. Em troca, recebeu um outro, de Manuel Soares dos Santos (Lopes), afinal o verdadeiro doador, com 193,64 metros quadrados - de 94 de comprimento e 2,06 de largura.
A Junta de Freguesia assumiu arrasar um valado do terreno dado à troca pelo tesoureiro e que passou à posse de João Simões Estima, logo após as obras da escola estarem concluídas. 

Noticia da inauguração

da escola feminina de OdR,

a 3 de Dezembro de 1906

Ensino Primário
em Óis da Ribeira

A necessidade da sala de aulas pública vinha de há muito tempo. Praticamente desde o princípio do século XX, ou até antes, sendo curioso sublinhar que Óis da Ribeira desde tempos imemoriais dispunha do ensino primário feminino - o que não seria muito habitual por esses tempos.
Informações de família, permitem adiantar que, em algum tempo funcionou a feminina na casa que é hoje de Tobias Framegas dos Reis - a feminina, inaugurada em 1906. E que outras salas de aula decorreram nas casas de António Alfaiate (hoje, da neta Iracene), Manuel Soares (Rua dos Cadinhas) e Salão Império (por cima do café do mesmo nome, de Celeste Tavares). Talvez outras.
Um tanto aleatoriamente, eis alguma datas ligadas ao ensino primário em Óis da Ribeira, nomeadamente quanto à primeira sala construída de raiz:
- 3 de Dezembro de 1906: Inauguração da escola feminina. A primeira professora foi Alzira Tavares da Silva, de Travassô. Ver o site «Óis da Ribeira | Notícias, Curiosidades e Histórias», AQUI
- 24 de Março de 1946: Junta concluiu pela necessidade de terra-
planar os terrenos da zona envolvente da nova escola (suposta-
mente, os que viriam a ser ocupados com o bloco de duas salas)
- 24 de Novembro de 1946: Pedido de comparticipação à Câmara Municipal de Águeda para os trabalhos de terraplanagem.
- 28 de Abril de 1946:  Conclusão da terraplanagem dos terrenos anexos da escola (a sala de rér do chão). Os trabalhos foram diri-
gidos pelo presidente Benjamim Soares de Freitas e pelo secre-
tário José Maria Estima, sendo prestados por vários lavradores e trabalhadores rurais da freguesia.
- 2 de Março de 1947: Pedido oficial de desdobramento da escola em duas, masculina e feminina, devido ao elevado número de crianças inscritas. Pedido feito à Direcção Escolar.
- 6 de Abril de 1947: Confirmação do pedido de desdobramento da escola. Havia 83 crianças inscritas: 42 rapazes e 41 raparigas. A sala apenas cabimentava 48.
A Junta de Freguesia pedia para se manter a sala particular onde funcionava a escola, mesmo depois de entrar em funcionamento o novo edifício, para se poder fazer o necessário desdobramento.
- 4 de Maio de 1947: Entrega da chave da escola nova à professo-
ra, mesmo antes da inauguração, cuja data (se a houve) é desconhecida. O d´Óis Por Três não a identificou.
- 7 de Setembro de 1947: Aprovado o desdobramento da escola - em masculina e feminina.
As duas salas (rés do chão e primeiro andar) do bloco do edifício nascente do pólo escolar de Óis da Ribeira, agora totalmente abandonado, foram construídos no final da década de 50.
Outros dados haverá, que o d´Óis Por Três desconhece.