quarta-feira, setembro 12, 2018

Chafariz de Óis da Ribeira foi mudado há 64 anos!

A fonte da Rua da Ponte estava no Largo Jacinto Bernardo Henriques,
agora Largo do Centro Social. Passou para a Rua Jacinto B. Henriques

A fonte que desde sempre vimos no largo da Rua da Ponte nem sempre ali esteve. Foi mudada em 1954 e a deliberação da Junta de Freguesia foi tomada a 12 de Setembro desse mesmo ano. Há 64, hoje se fazem!
A fonte estava localizada no Largo Jacinto Bernardo Henriques, o actual largo do Centro Social da Arcor, e a autarquia ribeirense era presidida pelo benemérito Benjamim Soares de Freitas -com o secretário Arnaldo Rodrigues de Figueiredo e o tesoureiro Manuel Soares dos Santos (Lopes).
O executivo convocou o povo para decidir sobre a eventual mudança da fonte (ou do chafariz, como lhe chamavam por esse tempo), o que incluiria, segundo o projectado pelo executivo autárquico, a construção de um bebedouro para o gado. Foi isso que foi anunciado a quem foi à sessão de Junta de Freguesia.

Ouvia-se o povo,
nesse tempo!!!...

O povo ribeirense ouviu os autarcas e concordou, manifestando-se de acordo com o projectado.
Nesse tempo, vejam lá..., ouvia-se o povo! Sobre o que interessava ao povo. Não se decidia nas suas costas.
A mudança, porém, implicaria (e impli-
cou) a construção de um muro de suporte de terras (supomos que seja o mesmo da actualidade) e a desmontagem da fonte (chafariz) para o local onde ainda hoje a vemos. 
Os trabalhos, incluindo a construção de uma placa de pedra e cimento no largo (então Jacinto Bernardo Henriques) e outra na nova envolvente da fonte, a compra de 3 bancos e de árvores para o largo e rua da Ponte, tiveram o custo de 7 774$40. 
A fonte, já agora, é composta por um tanque poligonal (cheio de cimento) comum soco quadrangular encimado por um plinto canelado, sobressaindo uma bica em florão com torneira.
A parte superior tem um plinto polilobado, uma coluna poligonal com as faces decoradas e um pináculo de remate redondo e decorado com motivos vegetalistas.

Fonte tapada
pela paragem

A fonte terá sido restaurada por volta de 1985 a avaliar pelos painéis de azulejos fixados na parede de suporte de terras e da rua do Vicente.
Em data desconhecida (na volta do final do século XX), deixou de estar activa e tem agora uma torneira adaptada, colocada na bica e de gosto algo discutível. Será um «remendo», na falta de poder repôr a original.
Lamentavelmente, a fonte/chafariz está tapada por uma paragem de autocarros, ali colocada sem nexo e que está como que abandonada: degradada, esconde a fonte/chafariz, que é das poucas valas arquitectónicas da antiga vila ribeirense.

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