A Rua Nossa Senhora de Fátima, aqui na subida da escola e desta para o Bairro Alto, alargada há 89 anos, até ao Surpel e ao limite da freguesia de Espinhel |
A ladeira do Surpel, no limite com Espinhel,
até onde chegava a estrada aberta há 89 anos
|
O antigo site da Arcor, de que nos socorremos, lem-brava em 2004 que, agora há 89 anos, se concreti-zava «uma das aspirações mais ardentes» de Ois da Ribeira, em 1929: a aber-
tura de «uma estrada que nos liga com o sul, por Es-
pinhel, obra levada a efeito pela Junta de Freguesia, com o auxílio da Câmara Municipal de Águeda».
O correspondente do jor-
nal Soberania do Povo – que, supomos (o site), se-ria Joaquim Tavares da Silva - traçou rasgados elogios à obra e, a 16 de Novembro de 1929, es-
crevia, entusiasmada-
mente, que «alargada quasi ao dobro e toda macdamisada, mais pode chamar-se Avenida do Surpel do que a antiga calçada toda cheia de solavancos, donde algumas vezes alguns autos tiveram de ser retirados com o auxílio de bois».
A povoação ribeirense estava isolada, só viria a ter a ponte em 1952, e o drama punha-se por exemplo no facto de «deixarmos de ter visitas médicas, por não termos um caminho único que desse acesso a esta freguesia da antigas tradições».
O correspondente sublinhava depois que «cabe aqui referir e prestar homenagem ao presidente da Comissão Administrativa da Junta de Freguesia, sr. José Estima, que foi incansável para levar a cabo a construção da estrada, sem o que hoje não estava concluída».
José M. Estima,
o presidente da
Junta há 89 anos
|
Reacção da Câmara
aos ditos da Junta
A Câmara Águeda não gostou da crónica do cor-
respondente e, a 26 de Novembro, considerou que estava «mal informado».
«Diz que a estrada foi feita pela Junta de Fregue-
sia, com o auxílio da Câmara, esclareça-se que isso é menos exacto, porquanto quem mandou fazer as reparações na desmantelada estrada foi a Câmara, havendo os respectivos serviços sido di-
rigidos, com uma solicitude e assiduidade merece-
doras dos maiores elogios e do maior reconheci-
mento por parte dos lugares beneficiados, pelo sr. José Estima, digno presidente da Junta de Freguesia de Ois, que de certo acha justas a aclaração e rectificação que resultam destas notas».
As obras, ainda segundo a Câmara Municipal de Águeda, custa-
ram 6 300$00, suportada por verbas do serviço braçal (2 030$00), subsídio da Câmara (1 300$00) e dinheiro das Minas, destinado a Óis da Ribeira e Espinhel, segundo o parecer das respectivas Juntas de Freguesia (2 670$00).
O correspondente retorquiu a 7 de Dezembro, referindo que «não foi com intuito de melindrar a Câmara quando aqui referi os serviços na estrada do Surpel».
«Tinham-me informado que a Câmara subsidiava as obras (…), ninguém me tendo dito que as despesas eram todas pagas por ela (..). Sendo assim, isto é, se a estrada foi feita só com o dinheiro da Câmara e das Minas, é à Câmara e só a ela que temos de louvar e a mais ninguém», considerou o correspondente local, acrescen-
tando que «estávamos errados quando louvámos o bairrismo de-
sinteressado do amigo José Estima (…), mas o que é certo e mais que certo é que se não estivesse à frente da Junta de Freguesia e dos trabalhos do Surpel o amigo José Estima e a boa vontade em a Câmara nos ser agradável, a estrada continuaria, através dos séculos, cheia de solavancos, como até aqui»
«O mais são tretas», comentou o correspondente, acrescentando que «fosse a Câmara, muito embora, que despendesse o dinheiro, o bairrismo deste povo também deve ser levado em conta».
respondente e, a 26 de Novembro, considerou que estava «mal informado».
«Diz que a estrada foi feita pela Junta de Fregue-
sia, com o auxílio da Câmara, esclareça-se que isso é menos exacto, porquanto quem mandou fazer as reparações na desmantelada estrada foi a Câmara, havendo os respectivos serviços sido di-
rigidos, com uma solicitude e assiduidade merece-
doras dos maiores elogios e do maior reconheci-
mento por parte dos lugares beneficiados, pelo sr. José Estima, digno presidente da Junta de Freguesia de Ois, que de certo acha justas a aclaração e rectificação que resultam destas notas».
As obras, ainda segundo a Câmara Municipal de Águeda, custa-
ram 6 300$00, suportada por verbas do serviço braçal (2 030$00), subsídio da Câmara (1 300$00) e dinheiro das Minas, destinado a Óis da Ribeira e Espinhel, segundo o parecer das respectivas Juntas de Freguesia (2 670$00).
O correspondente retorquiu a 7 de Dezembro, referindo que «não foi com intuito de melindrar a Câmara quando aqui referi os serviços na estrada do Surpel».
«Tinham-me informado que a Câmara subsidiava as obras (…), ninguém me tendo dito que as despesas eram todas pagas por ela (..). Sendo assim, isto é, se a estrada foi feita só com o dinheiro da Câmara e das Minas, é à Câmara e só a ela que temos de louvar e a mais ninguém», considerou o correspondente local, acrescen-
tando que «estávamos errados quando louvámos o bairrismo de-
sinteressado do amigo José Estima (…), mas o que é certo e mais que certo é que se não estivesse à frente da Junta de Freguesia e dos trabalhos do Surpel o amigo José Estima e a boa vontade em a Câmara nos ser agradável, a estrada continuaria, através dos séculos, cheia de solavancos, como até aqui»
«O mais são tretas», comentou o correspondente, acrescentando que «fosse a Câmara, muito embora, que despendesse o dinheiro, o bairrismo deste povo também deve ser levado em conta».
Ladeira do Surpel foi, nos anos
0, substituída pela variante
|
Um pouco mais que
um caminho de mato...
O do site da Arcor, numa nota publicada em Dezembro de 2004, esclarecia que tal estrada era a que nos liga a Espi-
nhel, agora denominada Rua de Nossa Senhora de Fátima - que, a esse tempo, pouco mais era que um caminho de mato e chegava ao limite de Espinhel pela Ladeira do Surpel.
Durante mitos anos, talvez princípios da década de 60, acrescen-
tamos nós que o troço era alcatroado desde a escola até ao final da dita ladeira do Surpel.
Antes da abertura da rua e ainda segundo uma notícia de 12 de Agosto de 1929, do mesmo o jornal, Óis da Ribeira «raras vezes recebia a visita de automóveis, por não ter caminho acessível».
A Junta de Freguesia de Óis da Ribeira era, em 1929, presidida por José Maria Estima, com os vogais Joaquim Maria Viegas e José Simões dos Reis.
- Fonte e adaptações do site da ARCOR, 5 de Dezembro 2004
- Ver em http://luisneves.net/oisdaribeira/noticias/avenida-do-surpel-para-ligar-a-espinhel/
nhel, agora denominada Rua de Nossa Senhora de Fátima - que, a esse tempo, pouco mais era que um caminho de mato e chegava ao limite de Espinhel pela Ladeira do Surpel.
Durante mitos anos, talvez princípios da década de 60, acrescen-
tamos nós que o troço era alcatroado desde a escola até ao final da dita ladeira do Surpel.
Antes da abertura da rua e ainda segundo uma notícia de 12 de Agosto de 1929, do mesmo o jornal, Óis da Ribeira «raras vezes recebia a visita de automóveis, por não ter caminho acessível».
A Junta de Freguesia de Óis da Ribeira era, em 1929, presidida por José Maria Estima, com os vogais Joaquim Maria Viegas e José Simões dos Reis.
- Fonte e adaptações do site da ARCOR, 5 de Dezembro 2004
- Ver em http://luisneves.net/oisdaribeira/noticias/avenida-do-surpel-para-ligar-a-espinhel/
Sem comentários:
Enviar um comentário