quinta-feira, janeiro 03, 2019

O passaporte para o ribeirense Belmiro Gonçalo

Belmiro Gonçalo, anos 80
B. Gonçalo (1971)

O  cidadão ribeirense Belmiro Gonçalo requereu e obteve passaporte «para todos os países», a 3 de Janeiro de 1978, há 41  anos mas aparentemente apenas para se deslocar a França, de visita a familiares. 
Belmiro Gonçalo viveu na agora chamada Viela do Cesteiro (em sua honra) e era natural de Destriz, do concelho de Oliveira de Frades, onde nasceu a 30 de Maio de 1918, filho de Venância Gonçalo e de pai incógnito. 
Fixou-se em data indeterminada, mas ainda muito jovem, em Óis da Ribeira e a 20 de Novembro de 1935, com apenas 17 anos, casou com Maria do Carmo Pires Tavares, 10 anos mais velha e nascida a 24 de Junho de 1908, filha de Silvano Matos dos Reis e de Palmira Pires Tavares. 
O casal teve os filhos José (já falecido), Jaime, Benedita, Luís, Abel e Palmira Tavares Gonçalo (já falecida).
Belmiro Gonçalo faleceu a 22 de Outubro de 1987, aos 69 anos e tendo sido agricultor e, regionalmente, afamado cesteiro e matador de porcos. Maria do Carmo faleceu a 7 de Dezembro de 1988.
Ao tempo não era assim tão vulgar ribeirenses requererem passaportes, pelo que interessante achámos aqui prazer este pormenor da vida colectiva. Quanrtos teria sido requeridos nesse ano?
O atestado da Junta
O requerimento 

Atestado da Junta
de Óis da Ribeira 
para o passaporte

A emissão do passaporte requerido por Belmiro Gonçalo, pelas normas dos tempos que então se viviam, exigiu um atesta-
do da Junta de Freguesia de Óis da Ribeira, que era presidida pelo socialista Isauro Carvalho dos Santos, que, coinci-
dentemente, era seu vizinho de residência. Já ambos faleceram.
O documento (ver acima, assim como o requerimento ao Governo Civil de Aveiro) atestou que Belmiro Gonçalo, então com 61 anos de idade, estava «há mais de 12 meses sem ausência para o es-
trangeiro» e acrescentava o presidente da Junta que «por ser ver-
dade o pedido, mandei passar o presente, que assino e firmo com selo branco desta Junta». O presente atestado, bem entendido.
Datado de 3 de Janeiro de 1978, o atestado foi registado com o nº. 2 desse ano, do Governo Civil de Aveiro, e custou 26$00 a Belmiro Gonçalo, sendo 20$00 da receita para a Junta de Freguesia e 30% (6$00) para o Estado.
- NOTA: Clicar nas imagens para as ampliar e melhor ler.

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