quarta-feira, agosto 02, 2006

A NOSSA CASA DA LAGOA

Vi há dias, no cinema, o filme “A Casa da Lagoa”, com Sandra Bullock e Keanu Reeves nos principais papéis. E deixem-me explicar desdejá que esta lagoa nada tem a ver com a nossa - a que tambem chamam ribeiro e pateira.
O filme é interessante, apesar de imensamente irreal. Conta a história de duas pessoas que se conhecem e se apaixonam depois de terem vivido na mesma casa, com dois anos de distância entre os acontecimentos. E, durante o filme, seguem desencontrados dois anos ainda que se comuniquem entre si, rompendo a barreira temporal.
Não é, para mim, fácil falar do próprio filme. Não sou especialista e isso limita-me, sobremaneira, na minha análise. Nem sequer, por essa razão, direi se o filme é bom ou não. Cada um dos leitores fará o seu juízo.
Eu gostei. Pela história ou histórias que encerra. No filme, um dos personagens espera dois anos pelo outro e, por amor, dá-lhe algumas pistas para que possa sobreviver durante todo esse tempo. Fico, por instantes, a pensar que a nossa vida, não sendo um filme de Hollywood, é também um palco onde se espera e não se alcança ou, por felicidade, se alcança. São as escolhas que fazemos que contribuem para o desenrolar da nossa história. Nem sempre as coisas acontecem quando e como queremos porque, decididamente, não temos ninguém dois anos à frente que nos diga que esta espera ou esta aposta vai valer a pena.E se esta perspectiva é realmente tentadora, não deixa de ser verdade que esperar no “escuro” acrescenta alguma dose de ansiedade e adrenalina. Poderemos, sempre, tentar a inversão de marcha e recuperar os anos que se perderam. Temo, contudo, que a vida seja uma auto-estrada que não se compadece com inversões. Comungo, em todo caso, da opinião que só não há solução para a morte. Tudo o resto, mesmo as escolhas e as inversões mais desastrosas, podem, mais tarde ou mais cedo, ter uma vírgula, dois pontos, umas reticências ou, na pior das hipóteses, um ponto final. Mas se o ponto final termina, também permite um recomeço.
Desculpem esta divagação… devo estar a precisar de férias! E viva a nossa lagoa!!! o nosso ribeiro!!! a nossa pateira!!!

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