terça-feira, dezembro 15, 2020

César Baptista: o último tecelão de Óis da Ribeira...

César Santos Baptista
 

O último tecelão de Óis da Ribeira foi César dos Santos Baptista, que faleceu a 15 de Dezembro de 2003. Há precisamente 17 anos! Tinha 75!
Natural de Aguada de Cima, lá nasceu a 19 de Abril de 1928, tendo casado em ÓdR com Deolinda Pereira dos Santos, morando o casal na sua casa do Bairro Alto. Dela enviuvou a 8 de Setembro de 2003, pouco mais de três meses antes da sua morte.
O casal esteve alguns anos emigrado em França (nos anos 60 para 70 do século XX) e teve os filhos Alberto, Maria Matilde e Maria Esperança dos Santos Baptista, moradores, respectivamente em Aveiro, na Giesteira (Águeda) e em Inglaterra.
A oficina de tecelagem estava instalada nas traseiras da sua residência e um dos seus aprendizes, nos anos 50 para 60 do século XX, foi Alfredo Ferreira de Oliveira, que ontem foi a enterrar no cemitério de Óis da Ribeira, aos 77 anos. 
César dos Santos Batista, depois do regresso de França, ainda trabalhou como tractorista, na indústria de cerâmica, até à idade de reforma. Era irmão de dois campeões nacionais de ciclismo: António Baptista e Antonino Baptista.
Tear antigo (da net)

A arte da tecelagem

Tecelagem é o ato de tecer, através do entrelaçamento de fios de trama (transversais) com fios de teia ou urdeme (longitudinais), assim formando tecidos.
Os tecidos produzidos no processo de tecelagem, por serem feitos em teares, também eram conhecidos como tecidos planos. Ao tempo e nos teares de César dos Santos Baptista (como nos de outros tecelões) eram principalmente usados farrapos de roupa velha e produziam-se mantas para uso na cama. As chamadas mantas de farrapos.
A tecelagem era accionada por pedais e também se produziam pequenos tapetes para uso doméstico, muitos deles com motivos alegóricos de interessante qualidade artística. Outros tempos!

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