A propaganda oficial dos vários projectos políticos que se vão achar nas eleições autárquicas 2021 deram grande ênfase a bateiras para pescar nos rios do concelho de Águeda e que, citamos a Câmara Municipal, emolduram a paisagem icónica da pateira»
«Queremos unir as margens da pateira, num laço único entre Espinhel, Fermentelos e Óis da Ribeira, com um simbolismo especial para os pescadores que usavam as bateiras para pescar», disse Edson Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Águeda, sobre as três instalações artísticas que foram colocadas nas três margens.
Tratam-se de três peças de arte em ferro que integram o “3 Territórios, 1 Rio que nos Une”, um projeto inter-concelhio de programação cultural em rede, que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal de Águeda, em parceria com os Municípios de Albergaria-a-Velha e de Sever do Vouga.
Tudo muito bem, embora tenhamos ideia de nunca na vida termos visto bateiras em ferro.
Em ferro? Ó meu Deus!
Certamente, oxidarão menos que as icónicas bateiras de madeira feitas por artesãos e carpinteiros locais, ao longo de séculos. Mas isso são outras histórias e outras memórias.
Agora, até foram buscar um artista espanhol, pois o estrangeiro é outra louça.
«Queremos representar a tradição, sendo que o conceito entre as cinco peças é distinto», sublinhou Edson Santos explicando que, em Águeda, as esculturas «são uma representação dos pescadores que usam as bateiras nos rios do concelho» e que «as três silhuetas dos pescadores instaladas em Águeda são iguais, diferindo apenas nos complementos». Precisando, disse Edson Santos que «uma tem um balde, outra tem um cadeado e a outra um garrafão cortado para tirar água». Esta do garrafão...
O artista espanhol, sobre o que produziu, comentou que «adorei fazer as representações destas personagens». «Tudo o que é criar, fazer coisas e vir cá, presenciar e partilhar a minha experiência é algo que me dá muito prazer», declarou Miguel Ángel Bordera, CEO e diretor artístico da companhia espanhola Carros de Foc, sublinhando ainda que «sair da rotina, transmitir e receber conhecimento é enriquecedor».
Muito bem!
Até a Junta de Freguesia da (des)União de Freguesias da UFTOR exultou com o notável empreendimento das bateiras em ferro e, na sua página oficial de propaganda, sublinhou que «a nossa freguesia foi contemplada com uma recriação do homem típico da nossa pateira».
É tudo nosso! «O homem barqueiro e a sua bateira», facebookou Sérgio Neves (ver AQUI), já 12 de Junho deste ano de 2021
Os presidentes Mário Martins, Gil Nadais e Manuel Soares assinaram o protocolo de 9 de Julho de 2015. Para nada!... |
bateiras foi para o caixote do lixo !
O pessoal já não se lembra, mas criação deste avançado e modernaço projecto atirou para o caixote do lixo o protocolo assinado entre a mesma Câmara Municial, a Junta da União das Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira e a ARCOR para a preservação e valorização de embarcações tradicionais da pateira - as bateiras.
O protocolo foi assinado a 9 de Julho de 2015, não tarda a fazer 6 anos - pelos presidentes Gil Nadais, Mário Martins e Manuel Soares e, na oportunidade, o presidente camarário não deixou de referir «o quão importante é preservar as artes de construção tradicional das bateiras, um dos ex-libris da pateira e património que importa valorizar para as gerações presentes e futuras».
O protocolo não passou do papel. É o cstume. E não há explicação para o «esquecimento». Tanto mais que ainda há vivos artesões da bateiras de madeira.
As bateiras é que de madeira passaram a ser de ferro!
É a vida! A modernidade!!!
É propriamente o impróprio não valer nada e não ser útil a ninguém...
ResponderEliminarE o pior dos problemas da gente desta vila é que ninguém tem nada com isso, mesmo quando é a frente dos nossos olheiras da ribeira e pateira.
Nesta vila de olheiros só temos, um dos três e um alinhado com a realidade local que não se acomodam com o passado, presente e futuro desta terra e o ser Ribeirense.
ResponderEliminarPara falar ao vento bastam palavras, agora para falar aos ribeirenses já são necessárias obras feitas e concluídas!!!
ResponderEliminarPorque as obras que se fazem depressa nunca são terminadas com a perfeição devida. E as obras-primas devem ter sido geradas por acaso, porque a produção voluntária não vai além da mediocridade.