terça-feira, outubro 18, 2022

«Cuidar do herdado para deixar em legado» - 12: A placa do barqueiro Zebedeu !

 

A placa foi «lapidada» e recolocada com os cantos cortados

A placa em Setembro de 2018,
já então partida há meses
A placa «restaurada», a
15 de Outubro de 2022


A placa do Largo do Barqueiro Zebedeu Alves da Costa, junto ao rio Águeda e imediatamente a juzante da ponte em Óis da Ribeira, foi recolocada, depois de anos partida (pelo menos desde 2018, ver AQUI) e há poucos meses retirada pela, supomos, Junta de Freguesia da UFTOR.
Partida num canto e depois caída no chão, por lá esteve abandonada meses seguidos, desapareceu depois e «ressuscitou» depois..., com os dois cantos inferiores cortados a rebarbadeira.
Arte Nova, em pureza... pura! Vanguardismo que não entendemos bem!
Um deles, o direito, estava partido há tempo sem conta. Partido como se vê na imagem.
Assim é, para a Junta de Freguesia da União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira, o tal «cuidar do herdado para deixar em legado».
Cada um dos cidadãos óisdaribeirenses que entenda este respeito pela memória colectiva de Óis da Ribeira como bem entender.
Já nem falamos no respeito pessoal pelo homenageado e seus familiares.
Será que não há dinheiro para mandar fazer uma placa nova?
Ou não há vontade? E sensibilidade?!
Zebedeu A. Costa

O último barqueiro
de Óis da Ribeira !


A placa foi colocada em homenagem ao barqueiro Zebedeu Alves da Costa a 30 de Setembro de 2000, há precisamente 22 anos e bem perto da casa que foi sua residência na Rua Adolfo Pires dos Reis - a antiga Rua do Viveiro.
Zebedeu foi o ultimo barqueiro a assegurar a passagem de Óis da Ribeira para e de Cabanões, no rio Águeda - até à construção da ponte, inaugurada a 25 de Maio de 1952. O serviço era contratado com a Junta de Freguesia de Óis da Ribeira e por arrematação pública. Entre outras obrigações, particularmente as horárias, tinha de ter duas embarcações disponíveis (para passageiros e carros) e ambas sempre limpas e bem assoalhadas.
O descerramento da placa, há 22 anos, teve participação do neto Dinis de Oliveira Alves Pereira e dos presidentes Fernando Pires (Junta de Freguesia de Óis da Ribeira), Castro Azevedo (Câmara) e Horácio Marçal (Assembleia Municipal de Águeda).
O neto Dinis Pereira e os presidentes
Fernando Pires (Junta) e Castro 
Azevedo (Câmara) na inauguração



Uma família 
de barqueiros

Zebedeu Alves da Costa nasceu a 29 de Julho de 1886, filho de Joaquim Alves da Costa e de Maria Bárbara Soares dos Santos, da então Rua do Viveiro. 
Era neto paterno de Manuel Alves da Costa e de Ana Maria Carvalho e materno de António Lopes dos Santos e Rosa Emília Soares.
Casou a 23 de Maio de 1907, aos 20 anos e com Maria Augusta Pires, de 25, ambos ao tempo jornaleiros, ela filha de Maria José Pires Ferreira. 
Pertencia a uma família de barqueiros que, pelo menos durante o século XX. Viria a falecer a 15 de Junho de 1954, aos 68 anos e vítima de doença e depois de um ataque epiléctico, quando estava internado no Hospital Conde Sucena, em Águeda.
Descendentes, na actualidade e entre outros, são os netos Dinis de Oliveira Alves Pereira, filho de Cesaltina e morador em Eirol (na foto), Zebedeu (ausente nos Estados Unidos) e Joaquim de Oliveira Costa (filhos de Maria Lá) e, filhos de Augusta, Álvaro, Maria Augusta e Messias (moradores em Recardães) e Nair Pires de Carvalho (à saída para Espinhel).

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