segunda-feira, julho 08, 2013

O funil nas nossas memórias...




O caloraço que se tem feito sentir levou-me ao sótão, a buscar ventoínnas esquecidas, ou arrumadas nos excessos das limpezas de casa. Acabei por encontrar um velho funil e ao vê-lo quebrei uma barreira emocional do meu tempo mais adolescente. Contava meu avô que era com um funil que, no seu tempo, se combinavam encontros para coisas marginais aos bons costumes da família e da sociedade ribeirense. Em pecado!
Agora, com a minha idade, olho-o de cara aparvalhada e observo-lhe a discrepância das aberturas, mais larga e mais estreita, enfuniladas... que sempre me entupiram o sistema nervoso central. Ainda por cima, o afunilamento não se resolve com soda cáustica...
Já experimentaram soprar com força para dentro? Pode ser que funcione como uma espécie de energia eólica interior e a coisa desentupa por si. Só que a turbulência lá dentro, ainda baralha mais o que tem que sair.
O velho funil faz-me lembrar um sardinheiro que suponho que era da Fontinha e aparecia nas ruas de Óis com um búzio a chamar as freguesas e nós, ao ouvi-lo, logo íamos todos a correr, para ver a sardinha na caixa.
Aquilo é que eram tempos...

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