sábado, junho 23, 2012

O presidencial comentário aos blogues sem rosto



O sr. presidente da Arcor anunciou para o último número do Boletim Informativo «uma reflexão desapaixonada, eclética, o mais isenta possível, com conta, peso e medida e a mais eloquente lucidez» sobre os blogues de Óis. 
Ficámos atentos a tanta lucidez anunciada, mas chegou a data da saída - que seria 30 de Abril último - e a coisa não pariu. Andámos por ali uns dias a ver, a ver se saía a cesariana, mas nada. Hoje, notámos que o presidencial comentário veio à luz do dia a 11 de Junho. Exactamente 42 dias depois. Já tínhamos desistido da aprendizagem.
Saiu, não foi de cesariana, mas saiu e foi o que importou! A ferros ou fosse lá como foi.
«Blogues sem rosto», assim lhe chama, e começa por falar de pseudónimos e anónimos e, dizemos nós,  alguns antónimos e contradições. Por exemplo, diz o presidencial comentador (que assina JPRG, coisa parecida com a placa da cruz que Cristo levou ao calvário) que «quando a opinião não tem rosto, ou ao menos um pseudónimo, coloca os destinatários numa de duas posições: ou assumem que não merece qualquer credibilidade» - o que é justo e racional, dizemos nós -, não passando por isso de «um mero ruído», ou então, «caso se revejam nela, ficam quartados na sua liberdade de emitirem um juízo de direito sobre a mesma».
Eh, pá!!! Há aqui coisa para pensar.
Primeiro, conclui-se que os blogs sem rosto, afinal, têm credibilidade. Não fosse assim e JPRG não viria dar-lhe esse estatuto, comentando-os. Ficava calado, quieto e a pensar na vida, ignorando-os, literalmente.
Depois, os blogues sem rosto não serão assim tão «mero ruído», ou, pela mesma razão, JPRG não emitiria um juízo, fosse ele de direito, ou de obrigação, ou do que fosse. Não lhes ligaria nadinha de nada, olimpicamente
Coisa mais simpática, e surpreendente, quiçá até romanesca, é JPRG, afinal, admitir rever-se nos blogues sem rosto. Não fosse assim e não lhes daria a sua sábia atenção, não lhes desperdiçaria o seu precioso e caro tempo, não ocuparia espaço com eles, no boletim que informa as coisas da Arcor.
Mais surpreendente é este blogue sem rosto notar que, caso alguém se reveja nele (e nos outros), fique quartado na sua liberdade de emitir juízo?
Quartado? Como assim?

O d´Óis Por Três sente-se coartado e pressionado na sua liberdade de opinar, mas promete voltar aos «Blogs sem rosto».

- QUARTAR, segundo a  Porto Editora e o novo acordo ortográfico: V
erbo intransitivo


1.  DESPORTO em esgrima, desviar-se da linha
2.  Juntar quatro farinhas para fazer o pão quartado

(De quarto+ar).

Segundo a Texto Editora: sair da linha, em esgrima.
- COARTAR, segundo a Porto Editora e o novo 
acordo ortográfico: Verbo transitivo, restringir, reduzir, limitar, circunscrever.
Do latim coarctāre, «apertar». Grafia anterior: coarctar.

Sem comentários: