sexta-feira, março 07, 2014

A Assembleia de Freguesia de Travassô e Óis da Ribeira


A Assembleia de Freguesia de 
TraassÓis na imprensa de Águeda:

A Assembleia da União de Freguesias não foi pacífica. Os presidentes da Assembleia e Junta não se entenderam. «Vamos acabar com esta macacada. Não me falte ao respeito», disse Sérgio Neves (PSD), para Mário Martins (PS).
  
O encerramento da ponte atraiu cerca de uma centena de pessoas, mas foi o desaguisado dos presidentes que acalorou a noite e fez abrir olhos e boca de espanto. 
«Esta convocatória é ilegal, enferma de demasiadas irregularidades, está completamente desadequada. Tem pontos insignificantes, quando as pessoas estão aqui para manifestar a suas preocupações sobre a ponte», disse Mário Martins, de dedo apontado ao presidente da AFTOR.
«Não sei onde é que teria a cabeça, quando convocaram esta reunião extraordinária», acrescentou o PJ, sugerindo que a Assembleia passasse a reunião «para as pessoas poderem falar» sobre o encerramento da ponte.
Sérgio Neves explicou que «a situação está salvaguardada», a de as pessoas falarem sobre a ponte, mas, disse, "aproveitou-se esta Assembleia para «aprovar as actas». 

Eleitos e... mentiras

As actas são as de 8 de Outubro, da posse dos novos eleitos  (6 votos a favor e dois contra, com declaração de voto de Filipe Almeida). E a de 19 de Dezembro, que aprovou a sede em Ois da Ribeira (6 a favor, um  contra e uma abstenção) e criou a comissão para rever o regimento. 
Comissão que, disse Mário Martins, «nunca reuniu». 
«Não é verdade», respondeu Sérgio Neves. Reuniu, explicou, mas sem Conceição Reis, que se demitiu. Zélia Matos, que a substituiu, disse que estaria disponível para a comissão, mas não foi chamada.
Mário Martins reapontou erros na convocatória: «Isto é uma violação da lei, um eleito não a recebeu. Tomem consciência da ilegalidade. Estamos num ponto escorregadio», disse o PJ.
O eleito em causa, para Sérgio Neves, era António Horácio Tavares (PS), que a 19 de Dezembro de 2013, por 60 dias, substituiu Marta Morais (PS). «O prazo terminou a 17 de Fevereiro. As convocatórias foram a 18, com folga de um dia», disse Sérgio Neves, que o convocou como membro da AFTOR.
«Mentira!», disse Mário Martins, referindo que «foi um email com a prorrogação da suspensão de  Marta Morais e acusou a recepção dele». «Fez esta convocatória por maldade» - a de A. Horácio Tavares. Que, afinal, continuava na Junta, porque Marta Morais prorrogou. A questão era contar os dias.

Macacadas e não desculpas

Exaltaram-se os ânimos: «Exijo um imediato pedido de desculpas», proclamou o presidente Sérgio Neves, sublinhando que «a prorrogação da suspensão de Marta Morais foi fora de prazo».
«Está tudo à vista», retorquiu Mário Martins.
«Não tive resposta ao pedido de desculpas», lembrou Sérgio Neves. 
«Não tem», disse Martins.
«Vamos acabar com esta macacada. Não me falte ao respeito», reagiu Sérgio Neves, reafirmando «a prorrogação  feita fora de prazo» e insistindo, já exaltado, no pedido de «não me faltar ao  respeito».
Martins voltou à carga: «O que está em causa é uma convocatória que não chegou a quem devia. E pergunte se na história da democracia alguma AF não foi combinada com o presidente da Junta». «O senhor confunde relações pessoais com as institucionais», disse-lhe Sérgio Neves.
«Quando as pessoas faltam ao diálogo, é assim, é uma peninha»,  reagiu Mário Martins.
Roupa suja... e dinheiros

Até aí calados, intervieram eleitos de Ois da Ribeira. Diamantino Correia (PS) disse que «não estamos aqui para lavar roupa suja». Germano Venade (PSD) opinou que «o António Horácio Tavares é membro desta AF, não é membro da Junta, porque  expirou o prazo dos 60 dias».
O novo regimento foi aprovado, com 6 votos a favor - Diamantino Correia e Vital Santos (PS), Sérgio Neves, Sofia Marques, Germano Venade e Manuel Almeida . Um  voto contra (Zélia Matos) e uma abstenção (Filipe Almeida).
Os ânimos arrefeceram? Não. Sérgio Neves veio lembrar que «a  DGAL e a ANAFRE quiseram contactar a Junta para as transferência do  FEF» e que a Junta não tem os endereços actualizados. «Está em causa muito dinheiro», disse o presidente da AF, "sem  explicações" sobre tal, desde 10 de Janeiro, e pedindo «um esclarecimento escrito, até à próxima Assembleia».
«Com todo o gosto», logo disse Mário Martins: «Essa confusão  existiu, mas não estamos em falta com ninguém, nem com a DGAL, nem com  a IGAL, nem com a CIAL. Recebemos a nossa verba no dia 9».
Sérgio Neves exigiu «um comprovativo». «Se assim foi, porque não respondeu ao pedido de esclarecimento? Eticamente e politicamente, fica-lhe mal», sublinhou.
«Não teve resposta, porque nos pareceu que estava a meter foice  em seara alheia», respondeu Mário Martins.«Não ponho. Sei cuidar do meu trigo e do bom funcionamento desta Assembleia», retorquiu Sérgio Neves.  
O pedido de esclarecimento das contas foi aprovado, com 7 votos a favor e uma abstenção.
A Assembleia é a da União de Freguesias de Travassô e Ois da Ribeira, a de 24 de Fevereiro de  2014. Bem disse Jorge Almeida (vice-presidente da Câmara), que lá esteve por causa da ponte do rio: "Há mais pontes a estabelecer, nesta Assembleia".

Foto e texto DAQUI

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