Bens passaram, há 106 anos, para a Junta Cultual de Óis da Ribeira

Igreja no princípio do Século XX

Igreja na actualidade

Os 94 bens móveis e os imóveis que eram pro-
priedade da Junta Paro-
quial de Óis da Ribeira passaram, a 12 de Abril de 1912, há precisamente 106 anos!..., para a Comissão Cultual da Fregue-
sia. Comissão Cultual (de Culto) e não Cultural, como se poderia ali-geiradamente pensar. O correspon-
dente à actual Junta de Freguesia. Que em 2013 se agregou na chamada (des)União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira.
Os bens, nessa altura, estavam em posse do Estado, que os tinha arrolado a 1 de Agosto de 1911, nos termos da Lei de Separação do Estado da Igreja, artigo 28º., de 20 de Abril de 1911, já depois da implantação da República (a 5 de Outubro de 1910).
A transferência, para além dos referidos 94 bens móveis (alfaias, moveis e objectos religiosos) também envolveu imóveis: a casa da residência, composta por casa de sobrados, currais, uma vi-
nha e quintal, o passal (onde agora são as casas de Gil Martins dos Reis e Celestino Viegas), também o cemitério junto à Igreja (o agora cemitério velho) e a capela de Santo António. Igualmente, 15 terrenos e baldios que variavam entre os 150 metros quadra-
dos (o adro da Igreja) e os 4 230 (a pedreira das Quintas).
A residência e o passal viriam a ser arrendados a 9 de Junho de 1912, em hasta pública realizada em Águeda e por 12$600 reis, até 12 de Setembro desse ano. Mais tarde e em data desconhecida, foram vendidos a Francisco Augusto de Morais.

Joaquim António

Pires Soares

Diamantino
Franc. Silva

Quem era quem?
A Comissão Cultual

A Comissão Cultual de Óis da Ri-beira tinha sido constituída a 5 de Abril anterior e formada por Joa-
quim António Pires Soares, Manuel Francisco dos Reis e António José da Costa (efectivos), Albino Rodri-
gues, Alberto Marques e João Maria Reis (suplentes).
O acto de passagem dos bens teve 

Manuel Ri-

beiro Alegre

José Pinhei-

ro Almeida

testemunho pessoal de Eugénio Ribeiro (que era médico e administrador do con-
celho de Águeda), Jacinto Matos dos Reis, José Maria Santos, António Henriques de Carvalho, Camilo Gomes Ferrão dos San-
tos, Albano Joaquim de Almeida, Manuel Marques Maurício, José Pinheiro de Al-
meida, Diamantino Francisco da Silva, Ma-nuel Francisco dos Reis, Joaquim Augusto Tavares da Silva e Cunha e João Bernardi-
no dos Reis (todos de Óis da Ribeira), Ma-
nuel Ribeiro Alegre (avô do actual poeta e político), João Ribeiro Lopes, António Nunes de Sou-
sa, António Augusto Leite, António Alves da Assunção e António Gaspar Afonso dos Santos (todos de Águeda).
O inventário final de todos estes bens da freguesia ribeirense foi conferido e dado como certo 10 dias depois, a 22 de Abril de 1912.
- NOTA: Dados recolhidos da revista «Óis da Ribeira - A história, as sedes e as Juntas»