quinta-feira, abril 25, 2024

As (não) comemorações dos 50 anos do 25 de Abril em Óis da Ribeira!

 

O cravo gigante que marca os 50 anos do 25 de Aril na sede da UFTOR

O brasão da vila e o cravo de Abril



As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram programa muito especial na vila de Óis da Ribeira, um programa intensamente vivido e participado por ex-combatentes, autoridades locais e povo - muito povo.

Todos fizeram memória de 1974, quando jovens capitães levaram a cabo um golpe de Estado que, em menos de 24 horas, derrubou a ditadura que então dominava Portugal há mais quatro décadas.
Um golpe que mudou o rumo da história nacional portuguesa, até aos dias de hoje e para o bem e para o mal.
Também muito mudou em Óis da Ribeira, onde, por exemplo, a Junta de Freguesia liderada por Aires Carvalho e Santos foi substituída por uma comissão administrativa liderada por Isauro de Almeida Carvalho Santos (seu sobrinho). CA que incluía Arlindo Reis, irmão de Fernando Reis, que era o secretário da Junta. Já agora, Joaquim Tavares da Silva, tesoureiro da Junta, deu lugar a Hercílio de Almeida, membro da CA.
O programa oficial iniciou-se com descerramento de um monumento evocativo de todos os óisdaribeirenses que foram combatentes nos vários teatros da guerra colonial: Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Macau e Timor. Em frente à sede da UFTOR.
Felizmente, todos regressaram «vivos e salvos», como então se dizia.

O cravo de Abril


Arruada, exposição
e tradições locais!


A cerimónia teve participação da Tuna / AFOR a partir das 8,30 horas, fazendo arruada de festa por toda a vila e que, no momento do descerramento, tocou o hino da Maria da Fonte - numa cerimónia muito emotiva e aplaudida, que decorreu no Largo do Cruzeiro, que estava literalmente cheio de povo, não só de Óis da Ribeira mas também de comunidades vizinhas.
Seguiu-se a sessão solene oficialmente evocativa do 25 de Abril, imediatamente depois de simbólica passagem pela sede da UFTOR - onde foi descerrada placa alusiva e estava patente a exposição «Óis 
da Ribeira, de 1974 a 2024: as várias realidades de um tempo incomum» - com fotografias, recortes de jornais e revistas, alguns livros de autores e/ou assunts locais, alfaias profissionais e jornais publicados na vila e, entre estes, as várias séries do «Jornal da ARCO e dos da Paróquia, nomeadamente o «Luz e Esperança» e o «A Ponte». Também manuscritos, como temas da ladaínha, receitas populares e do amentar das Almas, da serradela da velhas e de cantigas de serenatas. 


Antigos combatentes, teatro,
música e poesia, debates e
marchas e desporto!


O programa, já no salão cultural da ARCOR, teve momento solene vários intervenientes, estes com breves orações de saudade e memória, nomeadamente as de um dos dois primeiros militares que partiram para Angola, em 1961 (o outro já faleceu) e o último dos que combateram na guerra colonial, este regressado em 1975, também de Angola.
Uma criança, vibrante, declamou «A Praça da Canção», poema de Manuel Alegre sobre Abril, e o Grupo de Teatro Amador (GTA) da ARCOR interpretou um pequeno quadro da peça «O 25 de Abril também aconteceu em Óis da Ribeira», a ARCOR Canoagem fez continência com as pagaias e as marchas populares, com arcos, estenderam-se aos longo das paredes do salão da ARCOR.
Simbolicamente, intervieram os presidentes da Junta de Freguesia e da Assembleia de Freguesia - ambos a exaltar as virtudes de Abril... - e a cerimónia terminou com a Tuna/AFOR
a tocar o Hino Nacional Português.
O programa, esse continuou 
com almoço partilhado e provas de atletismo, andebol e futsal, demonstrações e passeios de canoagem e vela, passeios apeados e de bicicleta. E merenda no finalmente limpo parque da pateira e com esta, de vez e milagrosamente, já sem quaisquer jacintos.
Ao fim da tarde, realizar-se ão 2 encontros-debate: Um sobre «a solidez e o futuro do momento associativo local» (envolvendo as duas assocações) e um  outro sobre «o planemento urbanístico e territorial de Óis da Ribeira e a sua relação e complemenaridade com a pateira». 
- NOTA: A comemoração aqui narrada não aconteceu, mas poderia ter acontecido. 


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