sexta-feira, maio 05, 2023

«O avarento», o arrojo e a «morte» do teatro d´ARCOR e d´Óis!

 

O último elenco do GTA, há 11 anos: Atrás, Salomé Fernandes, Susana, João Pedro, António Reis, Gil Branco e Romeu Fernandes, Telmo Abrantes, Lurdes Fernandes e Carlos Pereira, Rui Fenandes (ensaiador/encenador, responsável da Secção e, desde há já 6 anos, secretário das várias direções) e António Prazeres. Sentados, Julieta Fernandes, Liliana Alves, Victor Fernandes, Paulo Gomes e Cesaltina Pires
O cartaz oficial da última estreia
do GTA da ARCOR. Há 11 anos!
Bandeira da ARCOR
(também «morta»!)



A última actuação do Grupo de Teatro Amador (GTA) da ARCOR foi há precisamente 11 anos: o sábado de 5 de Maio de 2012. 
Já lá vão 11 anos!!!
Onze!!!...
A associação, que é cultural de matriz fundacional e estatutária (não esqueçamos...), e as suas sucessivas direções, desde então, deixaram «morrer», ano atrás de ano, uma tradição popular óisdaribeirense que atravessa pelo menos três séculos e que a ARCOR assumiu por inteiro em 1979, o seu ano fundacional.
A última peça de teatro exibida foi «O Avarento», de Molière, ousadamente encenada e representada pelo amadores da GTA, ensaiados e encenados por Rui Fernandes. Na direção do presidente João Paulo Resende Gomes e sucederam-se os 4 anos de Manuel Soares dos Reis e Santos e os 4 da Mário Fernando de Almeida Marques.
José Bernardino Estima Reis foi presidente 7/8 meses (e faleceu, prematuramente), Eva Maria Tavares dos Santos não chegou aos 2 meses, sucedeu-se um «hiato» presidencial de 3 meses e estamos agora, há quase 7 meses, no consulado de Dinis da Conceição Alves.
Qualquer um deles, com graus de responsabilidade e tempos diferentes, é justo dizer, todos deixaram «morrer» o teatro!!
O elenco de «O Gato», em 2010, com
Rui Fernandes no destaque

Teatro d´ARCOR «morto» e 
com «culpa solteira»!...

O GTA da ARCOR foi arrojada quando, há 11 anos, «ousou» levar Molière a palco. Mas, aos mesmos 11 anos, a notícia de que iria encerrar a época artística no dia 5 de Maio, já foi algo surpreendente, por parecer cedo a mais e com actuações a menos. 
Os dedos de uma só mão bastam para contar as que aconteceram fora de Óis da Ribeira, ficando por saber se valeu a pena tanto ensaio e deslumbrância do guarda-roupa. 
Temos alguma coisa a ver com isso? É claro que não. Mas dá para pensar que palcos quer pisar um grupo de teatro que fazia digressão por localidades tradicionais e este ano se limitou a três ou quatro e nenhuma delas onde, em dezenas de anos, colheu faraplausos e simpatia. 
Que se saiba, o GTA, com esta peça de«Molière», actuou em Espinhel (a 11 de Fevereiro), na Palhaça (a 3 de Março), em Fátima/Mamodeiro (a 11 de Março), em Belazaima do Chão (a 24 de Março) e em Recardães (a21 de Abril), encerrando a época no salão cultural da ARCOR, a 5 de Maio desse ano de 2012.
Encerrou a época e fechou as portas do teatro, que é secular tradição de Óis da Ribeira, pelo menos desde o século XIX.
Até hoje.
Exactamente 11 anos depois!
Dois anos antes, exibira-se a peça «O Gato», de Henrique Santana, dirigida por Leonildo Costa e com Rui Fernandes como seccionista do GTA. Depois, o ensaiador de «O Avarento» e praticamente com o mesmo elenco.
O teatro morreu em Óis da Ribeira!
E é solteira a responsabilidade da certidão de óbito!
O que é uma enormíssima pena!

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