domingo, maio 28, 2017

A mina que abastecia a fonte do largo do Cruzeiro

A mina que abastecia a fonte do Largo do Cruzeiro ainda tem água, como
se vê na imagem. Água muito fresca, não sabemos se potável...
A água da mina, aparentemente, passava para este tanque,  
metro e meio a norte, e era canalizada até à fonte
 


O d´Óis Por Três, manifes-
tamente sem querer, «des-
cobriu» a mina que em tempos abasteceu a fonte que agora está na Rua Jacinto Bernar-
do Henriques (a da ponte) e que, tanto quanto se sabe, antiga-
mente estava no agora chamado 

Largo do Centro Social - que todos conhecemos por Largo do Cruzeiro e que já terá tido o nome deste senhor.
A explicação da sua utilidade foi-nos dada por uma octogenária ribeirense, que também  nos disse que a mina se prolongava pelo caminho paralelo à casa da sr. Rosa Pinheiro dos Reis. 
O d´Óis Por Três quis saber mais e navegou na net. Nem por acaso, o site «Óis da Ribeira | Notícias, Curiosidades, Histórias», de Luís Neves, lembra, numa publicação de data desconhecia mas referindo-se a Outubro de 1934, há, pois, 83 anos, que o assunto foi polémico, citando o jornal Soberania do Povo de 19 desse mês e ano: «Dizemos com franqueza que os serviços que a comissão administrativa da Junta mandou fazer na fonte do Largo Jacinto Bernardo Henriques não me parecem de grande utilidade e até prejudicam a estética do marco fontenário. Não teria sido preferível despender o dinheiro com a exploração da água, limpeza da mina e vedação da caixa-mãe da água?».
O texto não é assinado e uma semana depois, o mesmo jornal voltava à carga: «Vão recomeçar os serviços de canalização que há conduzir a água à fonte do largo Jacinto Bernardo Henriques, mais conhecido por largo do Cruzeiro. Serviços esses que já podiam estar concluídos se não fosse a má compreensão e as manobras de pessoas que se prestam a indispor os dirigentes e, no final das suas proezas, riem-se a bom rir dos incautos».
Uma nota de 2004, esta assinada pelo então director-adjunto do jornal, o ribeirense Celestino Viegas, e na mesma peça do site de Luís Neves, explica que «as obras de substituição da canalização tinha começado em Setembro de 1934 e eram consideradas «um melhoramento muito importante», porque, referia-se, o povo da freguesia «luta com dificuldades, há anos, para obtê-la sem interrupção». Mereceu, de resto, um subsídio da Câmara Municipal de Águeda: 5 770$00. Uma verdadeira fortuna para a época».
A fonte não em agora qualquer utilidade, para além de embelezar o espaço onde se localiza, mas, lá estando, pode ajudar a «refrescar» as memórias dos ribeirenses mais novos, que desconhecem esta actualidade de há 83 anos!

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