quarta-feira, janeiro 04, 2023

* Pérolas da AFTOR: Qualidade dos eleitos tem «haver» com a cultura geral!

Acta da AFTOR de 23 de Dezembro de 2022
A ver... vamos!


A maior ou menor qualidade de uma Assembleia de Freguesia tem, em boa parte, «haver» com a sua cultura geral, a sua competência e dedicação à causa.
«Haver», como está na acta da última sessão da AFTOR, a de 23 de Dezembro de 2022?!! 

Ou «a ver»?
Ora vejamos a resposta do presidente da Junta a questões como «a elaboração de um documento do não interesse das IPSS» pela ocupação de espaços da autarquia e informação sobre a previsão de receitas indicada na página 57 do orçamento (pelo eleito Alexandre Pires (PS) e, ainda quanto a IPSS, sobre «projectos em andamento e que a Junta não apoia», observada do eleito Ricardo Almeida do CDS + Independentes.
O presidente Sérgio Neves foi sucinto, curto e breve, lê-se na acta oficial das AFTOR: 
«(...) tem haver com subsídios para a Feira do Mundo Rural». Seja lá isso o que for e o que significar e valha.
Percebeu? Nós não.
O presidente esclareceu algo? Não nos parece.
E muito menos com este este verbo haver que foi «plantado» na frase e nos parece substituir a expressão «a ver»?


O que tem a ver
o verbo... haver?

A Língua Portuguesa tem as suas especificidades e convinha que o secretariado de um órgão do poder local por ela tivesse total respeito. Com ou sem acordo ortográfico. Nós somos pelo antigo.
Entretanto e, bem longe disso, sem querermos aqui professorar mas 
tentando explicar, atendamos às recorrentes expressões em que tal ocorrência se materializa, neste caso representadas por «ter a haver» ou «ter a ver».
Assim sendo, analisemos, de forma figurada:
1 - HAVER, como está na acta da AFTOR: «A Junta de Freguesia tem muito a haver quanto a apoios do Estado e da Câmara para fazer obras», poder-se-ia dizer.
Aqui, constata-se que o sentido se atém a algo a receber. Ou algo relacionado com créditos: a Junta de Freguesia tem a haver as transferências do FEF e da Câmara Municipal. Ou quaisquer outras.
2 - A VER: A expressão «tem a ver» é vulgarmente usada no dia a dia? Situações como, a exemplo e respondendo a cada um dos dois eleitos: «o que tem ver com isso?».
O presidente, poderia dizer responder/perguntando de outras maneiras sempre se dirigindo eleitos: 
- O que tem a ver com a gestão da Junta?
- O sr. deputado nada tem a ver com as decisões do executivo?


Escola de Adultos
no espaço da Junta

As dúvidas, quanto a palavras homófonas, são muito frequentes. Por isso mesmo, conhecer o seu significado é importante. Não tanto para o falante mas principalmente para quem escreve e, vá lá, para quem redige documentos oficiais.
Quem escreve, deve conhecer... significados, nomeadamente quando usa palavras homófonas.
«A ver» e «haver» são dois bons exemplos de homófonos, pois são pronunciados da mesma maneira e, por isso, geram muitas dúvidas de grafia.
«Haver», sem ter o sentido de «existir», transmite a ideia de dívida, de que alguém precisa reaver uma quantia ou algo perdido.
Por isso, não tem nada a ver com «a ver», que, este, sim, significa «ter vínculo com». Esta expressão é a simplificação de outra utilizada antigamente: “«que ver», possivelmente modificada para adquirir uma sonoridade mais agradável.
A terminar e como que respondendo a Ondina Soares - que nesta sessão da AFTOR pediu sugestões para futura utilização do espaço onde tem funcionado a unidade de saúde (posto médico) - olhe, instalem lá uma escola de adultos. 
Já que até deram a escola à Cruz Vermelha.
Começando com matrículas (obrigatórias) para os eleitos do poder local.
Perdoem e desculpem esta sugestão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mensagem de despedida aos do "haver" e dos "a ver"...

Até aqui viajamos juntos.
Passaram-nos de vila a lugar, de olheiros da ribeira a ye's man's, de gentes honestas e honradas a desonestas e desonradas...
Não faltaram os grandes obstáculos.
Frequentemente ajudamos a transpor as cercas e abismos...
As subidas e descidas foram realidade sempre presente.
Juntos, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas, descobrimos os apaniguados do trauliteiro na nossa vila, que passou a um mero azo...
Chegou o momento de cada um seguir viagem sozinho...
Que as experiências compartilhadas no percurso até aqui sejam a alavanca para alcançarmos a alegria de chegar ao destino projetado, do qual fomos despojados por uns quatro á mesa e o convidado trauliteiro.
A nossa saudade e a nossa esperança de um reencontro aos que, por vários
motivos, nos deixaram, seguindo outros caminhos.
O nosso agradecimento àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes, nos
quiseram bem e nos apoiaram nos bons e nos maus momentos.
Dividimos os méritos desta conquista aos que querem o bem da nossa gente e terra, porque ela pertence a nós todos. Uma despedida é necessária antes de podermos nos encontrar outra vez.
Que nossas despedidas sejam um eterno reencontro nas quatro virtudes cardeais.