sábado, maio 12, 2007

OIS NO SÉCULO XX - 11


Há 52 anos
RESTAURO DA CAPELA

DE SANTO ANTÓNIO

A capela de Santo António foi restaurada há 52 anos, por iniciativa de «alguém que nas longínquas paragens africanas, debaixo de um sol tropical, nem lá se esqueceu de um Santo Português da sua devoção, (…), vindo encontrar a capela num mísero estado de conservação».
O templo «devia datar do século XVII, mas há indícios que deve ser muito anterior a essa data, pois que em 1070 já Ois da Ribeira era uma antiga povoação e a capela talvez date da época romana», escrevia-se no jornal Soberania do Povo.
O benemérito «africano», supomos que Manuel Tavares da Silva (que dá nome à ainda hoje também chamada Rua do Cabo) chegou a Ois da Ribeira e «ameaçava ruína a capela». E, sublinhava a nota do jornal Soberana do Povo, «porque ninguém olhava pela sua conservação», procedeu ao restauro «a expensas suas».
«Pôs mãos à obra e em pouco tempo apareceu-nos a capela reconstruída de alto a baixo», frisava o jornal.
As obras foram de monta. Recordemos: «Extraídas as guarnições exteriores, verificou-se em pouco tempo que caía. Grossas vigas de cimento armado ligaram e protegeram a linda capela, que fica a atestar para a posteridade que nem tudo se preverteu». Lápide colocada no interior diz: Capela de Santo António – Restaurada em Maio de 1955».

\\\///

NOTA: O Inventário Artístico de Portugal, editado em 1959 pela Academia Nacional das Belas Artes, data a capela do Século XVII. Identifica-a como de «construção agradável, pelo grés regional, pelas formas próprias e ainda pelo isolamento».
Refere que além do corpo e da capela-mor, tem «uma pequena sacristia, cunhais rematados de esbeltas pirâmides, levantadas em pedestais e com os ângulos das empenas marcados de cruzes. O retábulo de calcário tem três pilastras decoradas, com pequeno remate, onde se lê OH LINGOA BENEDITA, alusiva ao titular»..
O ornato, ainda segundo o IAP, «é já da transição do barroco inicial, devendo datar do decénio de 70 do século XVII,
A escultura, de madeira, é do século XVIII «e sem interesse»

Sem comentários: