A comunidade ribeirense foi de novo marcada pela tragédia, em dias de dor que custam mais a quem sofre o luto do desaparecimento dos que partem, sendo de si mais próximos, mas que deixam marcas em todos os que, no dia-a-dia, partilham os mesmos cheiros, as mesmas glórias, as mesmas paixões.
Ois da Ribeira é pequenina comunidade de gente laboriosa e de afectos, que multiplica e divide amores e diferenças, mas que sempre é solidária nos momentos de dor. E muitos tem sentido e vivido nos últimos tempos. Um ribeirense que morre de acidente, outro que morre de outro acidente, outro ainda de acidente. Todos eles gente da nossa porta, com quem dividimos soleiras de conversa e ajuda solidária, gente que é (era) parte de todos nós.
Ois da Ribeira, que em cinco dias foi cenário de um incêndio que desalojou seis pessoas e da morte trágica de mais um ribeirense (afogado na pateira), sempre soube reagir ao drama com a coragem dos que não temem e dos que acreditam. Agora, à morte acidental de Delfim Reis, 60 anos, na lagoa, juntou-se o passamento natural de outro ribeirense, Anacleto Estima, de 89.
Juntou-se o luto no mesmo enterro de saudades, com dois ribeirenses a voltarem à terra de que somos feitos. No mesmo funeral. Dramática coincidência, que nos deve ajudar a entender melhor quanto é o pouco que valemos! * CV
2X3: Texto retirado DAQUI. CV é Celestino Viegas, ribeirense que é director-adjunto do jornal Soberania do Povo
2 comentários:
Este artigo é uma bela homenagem aos nossos conterrâneos. Já o tinha lido no site do jornal e considero justo e muito oportuno que o blogue o reproduza. A dramática coincidência, como diz o artigo deve ajudar-nos a pensar no pouco que valemos quando ás vezes temos a mania que somos grandes e fortes e não valemos mesmo nada, de um momento para o outro.
Msmo à CV! Por onde anda ele?
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