Um destes dias, achei um pião, o que me fez lembrar tempos já antigos, atirei-o e ele rodou, logo achei que o tempo estava a meu favor. E choveu, a água caiu e pareceu-me que iria assim tolerar a aspereza da terra, a secura do ar, os sentimentos embutidos e suspensos.
A trovoada circundava lenta os separadores, as casas vestiram-se de branco nauseante, e as serpentinas dos ares condicionadas, mostravam-me as línguas sibilantes. Tudo como dantes, era em Óis.
Fui-me lembrando da frase, nunca subestimes a estupidez humana, enquanto tentava arranjar conforto no banco de madeira. A dança das batinas iniciou o rodopio, ao som dos sussurros e dos gestos agressivos de mãos e dedos espetados. E o tempo cego.
A vida a correr e os meninos a aprender, salta a pulga pequenina, um dois três, macaquinho do chinês, quem mexeu perdeu! Os senhores podem entrar por favor…-. A água lavou mansa o pó dos carros. A alma não conseguiu abrir a gabardina, e deixou-se ficar para ali encolhida.
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