terça-feira, abril 15, 2025

- ANO 1945, há 80 anos: O sistema de rega da lavoura de Óis da Ribeira!

O motor de há 80 anos ficava mais ou menos onde está o sinal verde e a linha Pateira de Óis da Ribeira

A casa do motor de Luís Almeida.
Ao fundo, a casa de Milton Gomez

Aires C. Santos


A Junta de Freguesia de Óis da Ribeira, reunida a 15 de Abril de 1945, há 80 anos, deliberou autorizar construção da uma pequena casa, junto à pateira, para guardar um motor de rega.
Motor de rega que iria irrigar parte da lavoura da freguesia, que desde
Luís Almeida
sempre era cultivada em sequeiro.
O pedido foi formulado pelo dr. Abel Condesso Duarte, que era médico e natural de Fermentelos (viria a ser Delegado de Saúde de Águeda durante muitos anos e tambem trabalhou no hospital no Hospital Conde Sucena), com um sócio de nome Corga, de Aldeia, lugar da freguesia de Valongo do Vouga.
Celestino Oliveira
A Junta de Freguesia de Óis da Ribeira era presidida por Benjamim Soares de Freitas, com o secretário Joaquim Augusto Tavares da Silva e Cunha (professor) e o tesoureiro Manuel Soares dos Santos (Lopes) e  autorizou a instalação, gratuita, atendendo ao interesse do investimento para a agricultura local.
Todavia, não sendo dado nem vendido o terreno. Por esse motivo, a casa do motor só lá estaria enquanto a autarquia autorizasse e não ordenasse o seu levantamento. O que veio a acontecer já nos finais dos  anos 70.
A água era elevada até um ponto de recepção/distribuição colocado num pinhal das Varandas, imediatamente a norte da casa de Álvaro Estima Soares. O ponto mini-tanque tinha dois bocais e deles, simultânea ou alternadamente, dali partiam ramais, ou em regadeiras (na gíria popular) até onde desse a cota -pelas terras sas Arribãs, Costas, Fonte das Caldas e Codiceiras, entre ou
Julgamos quem a partir desse ponto, se servia um outro, localizadado na Rua dos Serrados e e que fornecia água para parte destes, os Vales do Serrano e as Vales. 
Os próprios proprietários faziam as regadeiras nas suas terras.
Alípio F. Silva
Arménio
Pinheiro

Mais motores

de rega da pateira
para a lavoura! 

A gestão do projecto foi depois assegurada por uma sociedade entre Aires Carvalho e Santos e Celestino Henriques de Oliveira (Importuno), num primeiro tempo, e mais tarde por Alípio Fernandes da Silva (tanoeiro de atrás da Igreja).
Um segundo motor foi colocado, já nos anos 70 do século XX e a substituir aquele e instalado numa casa muito perto do primeira, num empreendedorismo do lavrador e proprietário Luís Soares de Almeida. A casa que se vê na imagem.
Fernando Reis
Álbio Martins
Um outro motor de rega foi colocada nas Lajes, no anos 60 do século XX, por iniciativa de Fernando Reis Duarte de Almeida e que assegurava a rega da parte de cima da lavoura óisdaribeirense: Longas, Lavouras de Cima, Travessas, Boiças, Leiranchas, Serrados, Vales, Bacelinhos e Arroteias. Todos eles a arrancar água da pateira e «vendida» aos lavradores. 
Isto, para além de outras iniciativas individuais. Por exemplo e também nas Lajes, a de Arménio Framegas Pinheiro de Almeida, também para esta área de lavoura. E a de Álbio Lopes Martins, que nos anos 60 do Século XX construiu um poço de grande profundidade na sua terra das Boiças -o que foi uma grande «aventura». Tinha um motor eléctrico para arrancar e elevar a água - o que era novidade desse tempo. Ainda existe, mas está inactivo há já muitos anos.

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