domingo, novembro 20, 2016

O teatro morreu em Óis da Ribeira. O que dizes, Arcor?


A tarde está de chuva, não deu para almoçar em Óis e o d´Óis Por Três sentou-se por aqui, a olhar a vida de ontem. Que é a véspera de hoje e do futuro. Acidentalmente, demos conta da página oficial do Grupo de Teatro Amador (GTA) da Arcor e parámos para ver. Parámos, mas com um desgosto imediato: a última notícia publicada é de 11 de Julho de 2011. De 11 de Julho de 2011?
Hein, pá: já lá vão mais de 5 anos! Cin-coooo a-noooos!
Seria um engano, um lapso, uma qualquer coisa que tenha corrido menos bem (acontece...), um apagão da net, e fomos ver a página oficial da associação, indo ao link do teatro. As notícias não são datadas, vá lá saber-se porquê, mas a verdade é que basta lê-las para ser perceber que as últimas são também de 2011.
O teatro em Óis da Ribeira tem tradição centenária, foi o que o d´Óis Por Três sempre ouviu dizer. Porque raio, então, não se faz teatro há mais de 5 anos?
Antigamente, far-se-ia em pátios particulares e até em palcos improvisados na rua. Já do tempo do d´Óis Por Três, é da lembrança de todos fazer-se no salão do restaurante Pôr do Sol, sempre esgotado.
Mais recentemente, no salão cultural da Arcor, em espaço próprio da associação, como nunca teve antes, para as dezenas de peças que certamente foram ensaiadas e representadas a longo de largas dezenas de anos, por mais de um  século - desde pelo menos o XIX.
Peças apresentadas por grupos organizados espontaneamente, sem a organização que uma instituição associativa como a Arcor pode proporcionar. Isto é: quando passou a ter condições de trabalho (sala, palco e espaço de ensaios), o teatro morreu em Óis da Ribeira. Nas mãos e por responsabilidade da Arcor.
Há culpados? Claro que há!
Mas não se assumem, fazem de conta!
Fizeram-lhe o enterro (ao teatro) e ninguém deu por conta.

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