quinta-feira, agosto 09, 2018

Há 128 anos: 3 Manuéis de Óis da Ribeira com passaportes para o Brasil!

Capela-jazigo de M. Marques Maurício


O mês de Agosto de 1890, há 128 anos!!!, foi mês de emissão de  passaportes para cidadãos de Óis da Ribeira. 
Três, de três  Manuéis e todos tirados no Governo Civil de Aveiro e no mesmo dia 6 desse já distante mês.
Os tempos do final do século XIX foram de muita emigração ribeirense, nomeadamente para o Brasil, onde se sonhava achar a árvore das patacas. E, na ver-
dade, alguns emigrantes de lá voltaram com fortuna e por cá construíram grandes e boas ca-
sas, grandes jazigos (como se pode ver no Cemitério Velho) ou adquiriram propriedades, mostrando quando tinha valido a sua aventura emigratória. Muitos deles, nenhum de Óis da Ri-
beira, foram até galardoados com o título de Comendador - o Co-
mendador Abel Pereira da Conceição, de Cabanões, por exemplo.
Os passaportes emitidos há 128 anos foram para 3 Manuéis de Óis da Ribeira, os 3 para o Rio de Janeiro, nos então denominados Estados Unidos do Brasil:

1 - Manuel Marques Maurício, de 55 anos, casado e carpinteiro, filho de Del-
fina Marques, que era de Cabanões. 
Media 1,60 metros de altura e tinha ros-
to oval, com diferentes sinais escuros. O cabelo, o sobrolho e os olhos eram castanhos, de nariz regular. Está sepultado na primeira capela, à esquerda, na entrada do Ce-
mitério Velho de Óis da Ribeira. Agora, ao cuidado descendentes.
A sua família descendente, actual, incluía, entre outras, as irmãs Auta Pires Marques (que morava em Cabanões) e Zulmira Pires Marques (em Barrô), ambas recentemente falecidas.
Teria agora 173 anos. 

2 - Manuel Tavares Pinheiro, de 23 anos, casado e alfaiate. Filho de José Ferreira Baeta, lavrador, e de Ana Maria dos Santos Pinheiro, moradores na Rua do Cabo - actual Manuel Tavares. Media 1,68 metros de altura e tinha cabelos, sobrolhos e olhos castanhos, de nariz regular e com o rosto com-
prido, com um pequeno sinal escuro do lado direito.
Era tio-bisavô dos irmãos Maria Dulce, Carmen e Arménio (estes dois já falecidos) e José Valentim Pinheiro Estima e não se lhe conhe-
ceram meios de fortuna que tenha grangeado pelas terras do Bra-
sil. De lá terá regressado a expensas da família, que para  efeito teve necessidade de vender uma propriedade.
Teria agora 151 anos.

3 - Manuel Filipe Soares, de 29 anos e casado, carpinteiro. Filho de Manuel Pe-reira da Conceição e de Teresa Maria Soares de Freitas.
Tinha 1,66 metros de altura, era de rosto comprido e com marcas de algumas bexigas, de cabelo preto, olhos castanhos e nariz regular. 
Foi o construtor e dono da casa apalaçada da Rua Benjamim Soa-
res de Freitas, imediatamente a seguir ao largo do Centro Social e que foi da Família José Resende/Aninhas Tavares e é agora propriedade do neto João Paulo Resende Gomes.
Teve pelo menos uma filha, Olívia - que por volta dos anos 45 do século XX vendeu uma casa na entrada da Rua do Viveiro, para sede da Junta de Freguesia. Uma neta, teria sido freira, no Porto.
Teria agora 157 anos.
- NOTA: Clicar nas imagens, para as ampliar

3 comentários:

Anónimo disse...

As coisas que o d'ois por três sabe!!! Muito interessante. Obrigada!

Anónimo disse...

Há tanta história no Cemitério velho... Deveria ser mais bem cuidado pelas pessoas e entidades reponsáveis. Pena que alguns só se lembram da sua existência no dia 1 de Novembro. Para não falar da miséria que por lá vai pelo desentendimento dos políticos. Falta de zelo e respeito pelos nossos antepassados. Uma tristeza!

Anónimo disse...

As coisas que o d'ois por três sabe!!! E não publica. Obrigado.