quarta-feira, agosto 15, 2018

O custo, há 75 anos, dos portos da pateira...

Apanha do moliço na pateira, nos anos 80/90 do século XX (foto da net)
Descarga de moliço nos portos da pateira de Óis da
Ribeira. Icónica imagem dos anos 60 do século XX!

A Junta de Fre-guesia de Óis da Ribeira, mal so-
nhando com a actual (de)união, anunciou a 15 de Agosto de 1943, há 75 anos, a venda dos por-
tos da pateira para a apanha do moliço, a partir do dia 25.
Eram tempos, bons tempos..., em que, sem as (des)uniões mal disfarçadas da actualidade política, os autarcas de Óis da Ribeira decidiam, por eles e em nome da comunidade, os interesses e o futuro da freguesia.
A venda dos portos dava direito de uso até ao final desse ano de 1943 e foi decidida para o dia 22 desse mês de há 75 anos, em casa do tesoureiro Manuel Soares dos Santos (Lopes).
Havia vários tipo de portos e custos diferentes:
1 - Entre  o prédio de Manuel Soares dos Reis e o porto de pas-
sagem (julgamos que o de embarque para Fermentelos): os dois primeiros a 10$00, os seguintes a 2$50 cada um.
2 - Portos novos, os do antigo bunhal do Reis: 2$00, cada.
3 - A partir do bunhal do Reis e até ao bunhal de Joaquim Nunes Geraldo, ambos de Fermentelos: 1$50, cada.
4 - Entre este bunhal e a mota: 1$00, cada.
O prédio (ou bunhal) de Manuel Soares dos Reis julgamos que seria em frente (ou parte) do actual parque sul da pateira.
O bunhal do Reis, imediatamente a sul do Bar O Nelson. O do Geraldo Reis, imediatamente a norte e até à mota, frente às codiceiras e ao actual coreto.
A mota, ainda que com outra forma física, corresponde ao actual caminho que, desde o coreto vai ate ao Bico da... Mota.
O presidente da Junta de Freguesia desse tempo de há 75 anos era o benemérito Benjamim Soares de Freitas, Manuel Soares dos Santos (Lopes) o tesoureiro e o professor Joaquim Augusto Tavares da Silva o secretário.

Os bunhais de
Óis da Ribeira 

Bunhal é uma terra de bunho, ou bonho, 
bunho (Schoenoplectus lacustris) é uma erva vivaz da família das ciperáceasnativa da Europa
Anteriormente classificado com Scirpus lacustris, o bunho (ou bonho, ver imagem ao lado) tem espiguetas ovóides e frutos aquênicos e é comum em áreas húmidas e alagadiças, como riachos, pântanos e pauis do norte e centro de Portugal.
Cresce em densos maciços, cobrindo largas áreas sobre as águas e as zonas alagadas envolventes. Era o caso da pateira.
A margem ribeirense, desde os adouros, e todos os terrenos a norte do Caminho do Bico da Mota (no limite com Requeixo), eram grandes bunhais, que os locais aproveitavam para a confecção de esteiras (assim se chamavam e serviam para deitar e para descansar nas sestas de verão), machões (para pousar os pés nas lareiras) e até para móveis de pequeno volume. Nalguns casos, o bunho (ou bonho) era utilizado para a «cama» do gado doméstico (vacas, porcos e ovelhas).

4 comentários:

Anónimo disse...

Bons tempos! Acho que as pessoas eram bem mais felizes por estes lados!!!

Anónimo disse...

E agora são maus tempos?! Acho que as pessoas têm o que merecem por esses lados!!!

Anónimo disse...

Quando perceberem que o desmazelo e incúria é da Junta de Freguesia e de quem a lidera as coisas vão começara a ser feitas.

Anónimo disse...

Sim! A maioria tem.