terça-feira, janeiro 25, 2022

O monte de lenha e o pilar/pegão da ponte de Óis da Ribeira...

O montão de lenhas a «empurrar» o pilar da ponte de Óis da Ribeira

O montão de lenha visto do tabuleiro
A lenha e o pilar


Um montão de lenha está há semanas (meses?) encostada ao pegão poente da ponte de Óis da Ribeira. A forçá-lo. A pressioná-lo.
Deve estar lá desde as últimas cheias, já nem nos lembramos quando foram.
A defesa dos interesses, valores e activos patrimoniais públicos cabe obrigatoriamente a quem? Aos organismos públicos de tutela.
A fiscalização da segurança de pontes é da responsabilidade principal de que organismo do Estado? À Direção Nacional de Estradas, Pontes e Controlo de Cheias.
Em primeira mão, porém, todavia, contudo..., não competirá às autoridades locais alertar estes organismos mais distantes? E porventura esquecidos dos patrimónios de que as TV´s não falam?
Os pegões/pilares de uma ponte são pontos que exigem bastante atenção pois são importantes aparelhos de apoio, que não podem estar destruídos, apresentar trincas, distorção ou algum deslocamento. Afinal, eles cumprem o papel de transferir os esforços que vêm da superestrutura. Dito de outra maneira, do tabuleiro, para os pegões/pilares.
A inauguração de 2004, por Nair
Barreto, presidente da Câmara

Inauguração da ponte
foi há já 70 anos !

A ponte de Óis da Ribeira sobre o rio Águeda foi inaugurada a 25 de Maio de 1952, há quase 70 anos, e levou dois anos a ser construída.
A última grande intervenção na ponte foi em 2004, há 18, e precisamente neste pegão agora pressionado pelo montão de lenha, depois de pequenas reformas nos anos 80/90 (e talvez outras), mas desta feita com obras de fundo, com custos na ordem dos 400 mil euros - seriam agora 493.189,59.
A inauguração destas obras foi a 10 de Dezembro de há pouco mais de 17 anos e decorreu na ponte, onde Nair Barreto e Fernando Pires (presidentes da Câmara Municipal de Águeda  e da Junta de Freguesia de Óis da Ribeira) descerraram a respectiva placa.
A cerimónia teve presença, também, de Horácio Marçal (presidente da Assembleia Municipal de Águeda) e de Agostinho Tavares (da Assembleia de Freguesia de Óis da Ribeira) e do padre Júlio Grangeia (pároco óisdaribeirense), para além dos vereadores Jorge Costa e Jacinta Almeida e os presidentes de Juntas de Freguesia de Espinhel e Travassô, Agadão, Aguada de Baixo, Águeda, Barrô, Fermentelos, Lamas e Recardães.
A Tuna de Óis da Ribeira abrilhantou o momento, bateram-se palmas e os participantes foram para a sala de reuniões do Centro Social da ARCOR, onde o presidente Fernando Pires fez as honras da casa, com «obrigado para todos os que estão» e à Câmara Municipal de Águeda, porque «financiou as obras (…) lançadas pelo presidente Castro Azevedo».
«Estamos satisfeitos e tranquilos, porque a ponte está segura», disse Fernando Pires.
Assinaturas do contrato
 
A última inspeção
foi em 2020

A última inspeção à ponte de Óis da Ribeira sobre o Rio Águeda, depois da intervenção de 2004, foi a 15 de Outubro de 2020.
Passados 16 anos, quando deveria ser anual.
O contrato, no valor de 17 900 euros, foi assinado a 16 de Julho desse ano (2020), entre a Câmara Municipal de Águeda e a empresa BETAR Consultores, de Lisboa, consignando serviços de inspeção a obras de arte de engenharia civil de todo o concelho, por despacho do presidente Jorge Almeida.
Desconhecemos os resultados da inspeção à ponte de Óis da Ribeira, nesse dia feita, mas nada de especial terá sido detectado, pois não houve qualquer intervenção posterior - em termos de obras e que se saiba.
O importante, concluindo, é «cuidar do herdado para deixar o legado». Não pode, neste momento, ser melhor lembrado este slogan.

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