A Assembleia Municipal de Águeda ontem realizada na ARCOR, em Óis da Ribeira
A sessão da Assembleia Municipal de Águeda, ontem realizada em Óis da Ribeira, caracterizou-se por guerra de palavras e troca de agrestes «mimos» entre duas presidenciais figuras: Sérgio Neves, da Junta de Freguesia de Travassô e Óis da Ribeira, e Jorge Almeida, da Câmara Municipal de Águeda.
Sérgio Neves, o anfitrião, começou por explicar a razão de não ter sido oferecido o tradicional jantar que antecede estas reuniões da AM: para poupar, por dificuldades financeiras, com que se debate a Junta de Freguesia. E por um segundo motivo, disse: «Por não termos vontade de confraternizar à volta de uma mesa, depois da forma como esta União de Freguesias foi tratada pela Câmara Municipal, desde as eleições da 2017 e depois das intercalares de 2019».
E não poupou palavras, considerando que a UFTOR foi «ostracizada, boicotada e discriminada relativamente a outras freguesias». Auto-considerou-se «defensor tenaz» da UFTOR e disse que por culpa de quem «não aceitou os resultados» das eleições, ora as de 2017 ora as de 2019, «a freguesia viu-se privada» de apoios camarários» e considerou esse tempo como «um período triste», um período em que, frisou, «todos me abandonaram».
Crescer com homem e como político... Os trabalhos foram presididos por Brito Salvador e Sérgio Neves, na sua intervenção, recordou «uma Assembleia Municipal desse período, na qual o sr. presidente da Câmara disse que eu tinha de crescer como homem e como político. Registei essas palavras e hoje devolvo-lhe as palavras», disse Sérgio Neves.
O autarca travassÓisense falou de «80 000 euros que ficaram por dar à Junta» e considerou inúteis as reuniões com o presidente da Câmara Municial, Jorge Almeida, que não cumpriu a deliberação da Assembleia Municipal realizada na Trofa, no sentido das verbas camarárias serem enviadas para a UFTOR. O que não aconteceu.
Sérgio Neves, sem papas na língua, interrogou-se sobre o que valerem as reuniões com o presidente da Câmara e considerou não ter ilusões sobre o abandono a que a autarquia municipal votou a UFTOR.
O autarca travassÓisense falou das não) transferências camarária para UFTOR, disse a que as freguesias deveriam «ser tratadas da mesma maneira» e, dirigindo-se a Jorge Almeida, afirmou que «o seu comportamento já não me ofende».
«Ofende o povo. Se não inflectir, o povo dar-lhe-á a sua resposta», disse Sérgio Neves, comentando sobre as (não) transferências, que «tem hoje a oportunidade de se reconciliar com o povo».
O que fez a Câmara em
Travassô e Óis da Ribeira
O presidente da UFTOR referiu, também, um panfleto eleitoral das intercalares, no qual o Movimento Juntos, o de Jorge Almeida, lembrava ao povo travassÓisense que « Câmara e a Assembleia Municipal são geridas pelo Juntos». E proclamava: «Não tenham ilusões. Se quiserem recuperar o tempo perdido, votem neste projecto, pois ele tem o apoio total do executivo municipal. Não se deixem iludir, pois todas as verbas destinadas à União passarão pelo executivo municipal e só com o seu aval seguirão o percurso para o qual se destinam».
«Não me recordo de qualquer desmentido da Câmara», precisou Sérgio Neves, considerando que «quem cala, consente».
O presidente de Junta da UFTOR, estendeu largo rol de queixas e acusações e enunciou, depois, a colaboração da Câmara Municipal de Águeda nos «últimos 3 anos»:
1 - Apoio à construção do armazém da Junta em 40%, faltando pagar a segunda tranche, já aprovada,
2 - Comparticipação de 40% na aquisição do tractor.
3 - Transferência de verbas para limpeza de Fevereiro a Dezembro de 2019.
4 - Caixilharias da escola primária.
As acusações de Sérgio Neves ao presidente e à Câmara Municipal de Águeda repetiram-se, com uma confissão final: «Eu não consigo gerir a freguesia quando não se sabe o que se vai receber».
O rol de acusações de Sérgio Neves foi grande, envolvendo, por exemplo e no que diz respeito a Óis da Ribeira, a pateira, o alargamento e asfaltamento de ruas, a ligação a Requeixo.
Acusação
Um presidente da Junta
trauliteiro e perigoso !
Jorge Almeida, «acossado» pela dureza das palavras de Sérgio Neves, confessou a sua «perplexidade» relativamente ao que ouviu e foi curto, começando por registar «a forma inusitada e única como fomos recebidos pelo presidente da Junta de Freguesia».
O presidente da Câmara lembrou que os travassÓisenses «também nos elegeram» e sublinhou «a forma trauliteira, inusitada e perigosa» como Sérgio Neves interveio no areópago municipal, para mais, dizemos nós, sendo o anfitrião.
Sobre as as obras, referiu-se ao saneamento de Óis da Ribeira, precisando que o concurso é de Junho de 2017, antes da eleição de Sérgio Neves - «ainda o senhor não era influente...», satirizou. Como quem diz que ele (Sérgio) nada tem a ver com isso. E quanto ao (futuro) alcatroamento das ruas intervencionadas, afirmou que «o concurso lançado pela AdRA resulta de um protocolo com a Câmara».
«Gostaria de afirmar que Óis da Ribeira vai ter obras e obras, vão ver...», disse Jorge Almeida, sublinhando também que «Águeda é a Câmara que mais transfere para as freguesias» e ainda que «Travassô e Óis da Ribeira não vão ficar a perder».
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sábado, fevereiro 29, 2020
Sérgio acusa Câmara e Jorge fala de um «presidente trauliteiro e perigoso»
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