sábado, setembro 14, 2019

A democracia de 1954 mudou o fontenário! Não era democracia como a de agora!...



A Fonte do Cruzeiro foi mudada há 65 anos, depois de a Junta de Freguesia ouvir o povo
O cruzeiro, à esquerda, e, ao fundo, o terreno onde 
foi construído o Centro Social da Arcor

A Junta de Fre-
guesia de Óis da Ribeira, a 14 de Setembro de 1954, já lá vão 65 anos, entendeu colocar à dis-
cussão popular a relocalização da Fonte do
Benjamim S. de Freitas
Elísio P. Almeida
Cruzeiro, pas-
sando-a para o largo da então Rua da Ponte - a que agora se chama Jacinto Bernardo Henriques, curiosamente o nome do largo nesse tempo e onde hoje está o fontenário.

Democracia a sério,
a que ouvia o povo!

A democracia funcionava a sério, nesse tempo: os autarcas ouviam o povo.
Não é como agora quando, no conforto do ar condicionado e no espaldar de bons e almofadados cadeirões ergonómicos, alguns figurões decidem o interesse geral e decidem o que decidem sem passar cartão a quem devem. É a democraciaaaaaaa... fechada, autocrática e autista, soberana mas... secreta. Que não responde nem gosta de ser incomodada!
Assim a modos, Deus nos perdõe..., de uma democracia «travestida» de... ditadura!
A Junta de Freguesia de 1954 era presidida por Benjamim Soares de Freitas, com o secretário Arnaldo Rodrigues de Figueiredo e o tesoureiro Manuel Soares dos Santos (o Lopes).
Pois bem e o que fizeram?
Coisa simples e serena, democrática: falar com o povo sobre a eventualidade de mudar a fonte e construir um bebedouro para o gado, aproveitando as águas perdidas do fontenário. 
A fonte ficava mais ou menos onde é hoje a entrada da Arcor e passaria, como passou, para onde hoje está.
O fontenário da agora Jacinto B. Henriques

O fontenário e
o muro de suporte

O povo ouviu e manifestou-se de acordo com a proposta da Junta de Freguesia, que, no seguimento, deliberou pedir um orçamento e inscrevê-lo como suplementar no exercício desse ano, nele inscrevendo outros trabalhos. Por exemplo, e além dos custos da relocalização do fontenário, também a construção do muro de suporte (que ainda lá está, 65 anos depois), a construção da placa de cimento onde foram colocados os bancos (no centro do largo do Cruzeiro, hoje chamado do Centro Social e onde está a rotunda) e a compra de três bancos para este espaço - que muitos óisdaribeirenses conheceram onde estava a amoreira do largo e que, afinal, mais tarde seriam oferecidos pelo óisdaribeirense Elísio Pinheiro de Almeida, que vivia em Viana do Castelo. 
Os mesmos bancos da Fábrica Alba, de Albergaria-a-Velha, que agora estão (meio abandonados) no passeio do lado do Café Central.

Tempos antigos, os de
verdadeira democracia 

A Junta de Freguesia de Óis da Ribeira de há 65 anos, se repararam bem, colocou à discussão e análise do povo, em sessão pública, uma alteração tão simples como a mudança do fontenário.
O orçamento era de 7 877$40, qualquer coisa como 4 000 euros, mais ou menos, nos dias de hoje e segundo o conversor da Pordata.
Hoje em dia e mais de 45 anos depois da implantação da democracia abrilina, os autarcas locais em exercício acham-se no direito de não explicar ao povo o que decidem e (não) fazem. O que e onde gastam. Usam os meios financeiros da autarquia como bem entendem e arrogam-se no direito de não explicarem como os consomem e de não responderem ao povo - de que o d´Óis Por Três se assume procurador.
São as chamadas democracias modernas.
As do posso, quero e mando!
As democracias de moda!
Grandes democratas eram os autarcas óisdaribeirenses de há 65 anos! Sabiam ouvir o povo, humildemente, e dar corpo aos seus interesses! Democraticamente!

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