domingo, julho 03, 2022

Rómulo Freitas: Um óisdaribeirense-descendente que veio do Brasil - 2!

A certidão do primeiro casamento
de Venâncio Soares de Freitas

Rómulo Freitas
 



A visita do advogado Rómulo de Jesus Dieguez de Freitas, sobrinho-neto do benemérito Benjamim Soares de Freitas, suscitou curiosidade ao d´Óis Por Três: afinal, quem são mesmo os descendentes de seu avô Venâncio, que aos 31 anos partiu para o Brasil?
Venâncio Soares de Freitas, é este o seu nome completo e comecemos por ele, nasceu à uma hora da manhã de 3 de Março de 1880, em Óis da Ribeira, filho de Joaquim António Soares de Freitas, carpinteiro, e de Maria José dos Santos, governanta de casa - que se consorciaram 20 de Maio de 1877.
Ele, de 24 anos e artista (supomos que ligado à construção civil, assim por esse tempo se designariam os trabalhadores desta área), filho de António Lopes dos Santos e Rosa Emília Soares; ela, de 29 e governante de casa, filha de de Berardo dos Santos Oliveira, de Travassô, e de Emília Pires Soares (da Maia).
Venâncio, já no Brasil, trabalhou na área comercial e casou com Lydia Oliveira dos Anjos, a 23 de Maio de 1914 e tendo um único filho: Serafim, pai de Rómulo e que casou com Mercedes. Viúvo, entretanto, Venâncio casou em segundas núpcias com Leopoldina Gonçalves de Freitas (Lola). O casal teve os filhos Hamilton, Carmem, Sérgio, Marina e Vilson, na altura respectivamente com 30, 31, 27, 28 e 32 anos de idade.
O neto Rómulo Freitas disse ao d´Óis Por Três que «não consigo o contato deles, embora tenha procurado» e assegurando que vai «continuar procurando».
A certidão de óbito de Venâncio
Soares de Freitas
Benjamim S. Freitas

Os familiares de 
Óis da Ribeira!

Venâncio Soares de Freitas faleceu aos 93 anos, a 17 de Setembro de 1973, no Hospital da Beneficiência Portuguesa, em Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul.
Vítima de choque cardiogénico, cardiopatia aterosclerótica e arterioesclerose generalizada, foi sepultado no Cemitério Ecumênico João XXIII, na dita cidade de Porto Alegre.
Teve vários irmãos, pelo menos estes:
1 - BENJAMIM: Também emigrou para o Brasil e, a Óis da Ribeira regressado, ofereceu o telefone público (inaugurado a 13 de Março de 1955) e o relógio da torre sineira (inaugurado nesse dia, mas já a funcionar 
Residência de Benjamim, as 2 primeiras
casas a contar da esquerda para a direita
desde Agosto de 1954) - o que lhe «valeu» a atribuição do grau de benemérito e do seu nome à rua que vai do Largo do Centro Social ao da antiga padaria. Foi presidente da Junta de Freguesia de 18 de Julho de 1943 a 31 de Dezembro de 1954. Nasceu a 9 de Dezembro de 1883 e casou com Maria do Carmo Ferreira, a 16 de Novembro de 1915. O casal não teve filhos. Faleceram, ele a 3 de Março de 1961, ela a 7 de Março de 1952.

2 - ISAAC: Nasceu às 4 horas da madrugada de 14 de Agosto de 1888 e também emigrou para o Brasil, radicando-se em Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul - onde se estabeleceu com vários comércios e foi padrinho do dr. Rómulo Freitas, o sobrinho (filho do irmão Venâncio). 
Veio a Óis da Ribeira pelo menos em 1927, quando viajou com Hermínio Soares dos Santos, outro emigrante óisdaribeirense que, recém-casado com a brasileira Lúcia Pacheco dos Santos, em Pelotas, chegou a 12 de Maio, regressando ao Brasil nos últimos dias de Julho desse ano.
Eugénia Freitas
Erminda Estima

3 - EUGÉNIA: Nasceu à 1 hora da 1 de Abril de 1882 e casou com José Maria (Simões) Estima, que foi presidente da Junta de Freguesia de 25 de Novembro de 1928 a 13 de Abril de 1935. Depois secretário, de 2 de Janeiro de 1946 a 8 de Janeiro de 1950. 
O casal teve três filhos: Fernando (que morou em Aveiro), Olívia e Erminda, todos já falecidas. Olívia casou com José Pires Ferreira dos Reis e teve os filhos Maria do Carmo e Maria Eugénia (ambas moradoras na Rua Benjamim Soares de Freitas) e José (Augusto), emigrado em Pelotas, no Rio Grande do Sul, no Brasil, onde vive e foi empresário do sector da panificação. 
Erminda casou com Jaime Pinheiro dos Reis e teve os filhos
Olívia Estima
 Erminda (empresária e moradora em Aveiro) e José Bernardino Estima Reis (licenciado em Direito e Economia e que foi morador no Porto, fundador e  gestor de uma empresa de importação dos sectores  das madeiras, cimento e ferro; faleceu a 29 de Dezembro de 2021, quando era presidente da direção da ARCOR).
Fernando teve vários filhos, uma delas também Eugénia de nome, em homenagem à avó paterna e que herdou a primeira casa da imagem, a da esquerda, há muitos anos vendida a Gil Martins dos Reis, já falecido, e agora propriedade de Júlio Framegas dos Reis - seu filho. A segunda, de tijoleira castanha, foi herdada por Maria Ascensão Ferreira dos Santos Resende (Mariazinha), afilhada de Maria do Carmo Ferreira, a esposa de Benjamim Soares de Freitas.
Registo de recém-nascida e falecida
filha de Joaquim António e Maria José
4 - RECÉM-NASCIDA e sem nome: A 14 de Fevereiro de 1886, há 136 anos, foi baptizada «em caso de necessidade» e faleceu uma menina, na casa de Jacinta Maria Tomás, viúva de José Maria Rodrigues, moradores na Rua do Cabo (actual Manuel Tavares). Era filha de Joaquim António Soares de Freitas, carpinteiro, e de Maria José dos Santos, governanta de casa. 
Neta paterna de António Lopes dos Santos e de Rosa Emília Soares, neta materna de Berardo dos Santos de Oliveira, de Travassô, e de Emília Pires Soares (da Maia). 
A criança tinha nascido às 12 horas do dia 8 anterior e o registo do baptismo não lhe indica nome. Foi efectuado pelo padre Joaquim Tavares da Silva, o então «prior encomendado» da Paróquia de Santo Adrião de Óis da Ribeira.
Felisbela, neta
de Berardo
Maria da Luz,
neta de Berardo
5 - BERARDO: Nasceu às 16 horas do 14 de Maio de 1878 e casou com Maria José Pinheiro dos Reis a 19 de Janeiro de 1907. Ambos agricultores, ele de 28 e ela de 36 anos, filha de José Matos dos Reis e de Ana Alves Pinheira, todos de Óis da Ribeira. 
O casal teve os filhos Maria José e Joaquim Soares dos Santos. Maria José casou com Alexandrino Pinheiro dos Reis e teve as filhas Rosa (moradora na Rua das Arroteias) e Iracene (na Benjamim Soares de Freitas), ambas vivas. Joaquim (Cuchas) casou com Delmira Pinheiro dos Reis e a sua morte presumida foi declarada como sendo a 15 de Junho de 1982, por sentença do Tribunal Judicial de Águeda, de 9 de Janeiro de 1996. O casal teve os filhos Maria da Luz e Felisbela (já falecidas) e Manuel Horácio Pinheiro dos Santos, aposentado e morador da Rua da Pateira.
- NOTA: O d´Óis Por Três penitencia-se de alguma omissão e/ou imprecisão. Podem avisar-nos para o email doisportrês2@gmail.com

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