segunda-feira, janeiro 23, 2017

A Arcor de hoje e do futuro...

O Centro Social e sede da Arcor


O que é e o que (não) vale a chamada crise directiva da Arcor? Há, ou não, gente em Óis da Ribeira disponível para a gerir?
Mais que disponível, gente competente?
Os 38 anos de história que  a associação agora comemorou dizem-nos que sim.
São 38 anos que a multiplicaram e prestigiaram, desde o acto fundador e passando por direcções sucessivas, cada qual fazendo o seu melhor e fazendo-a crescer, argamassando o seu futuro, atraindo pessoas e realizando obra. Direcções presididas, por esta ordem, por Celestino Viegas, Armando Ferreira, José Maria Gomes, Sesnando Alves dos Reis, José Melo, de novo Sesnando Reis, António Tavares, Fernando Reis, de novo Celestino Viegas, Agostinho Tavares, João Gomes e agora Manuel Soares. Basta ler a revista editada pela inauguração do centro social - a obra maior destes 38 anos de história da Arcor e da actual geração ribeirense.

A associação cresceu e todos se lembram das palavras do Bispo de Aveiro, D. António Marcelino, quando, em Janeiro de 2002, esteve em visita pastoral a Óis da Ribeira e sobre o centro social que então se construía: «A obra é maior que a freguesia».
Há, pois, em Óis da Ribeira, gente competente e capaz!
Já está provado. Falta o quê?

O d´Óis Por Três acompanha a Arcor à distância, como que em «diáspora», e (pres)sente que há alguma indiferença da comunidade em relação à associação. É vulgar ouvir-se dizer que a associação esquece os sócios e população local. Há certamente exagero nesta qualificação, mas não deixa de ser verdade que a esmagadora maioria dos ribeirenses está «divorciada» da vida associativa.

«A Arcor não dá nada aos sócios», 

ouve-se frequentemente.

O último teatro da Arcor, há 5 anos!
A Arcor é associação cultural e recreativa, certo? Foi este o sentido fundador da instituição, associando-lhe o desporto.
A Arcor social
Mas que actividades culturais dinamizou, para não ir mais atrás, a actual direcção?

E que actividades recreativas proporcionou aos sócios?

Apenas as marchas, que meia dúzia de entusiastas vão mantendo.
Marchas da Arcor em Águeda
                                           
E a que data poderemos reportar a última apresentação do Grupo de Teatro, de tantas e tão seculares tradições em Óis da Ribeira e na associação?
A 4 de Fevereiro de 2012, com a peça «O Avarento», de Molière. Dentro de dias, passam-se 5 anos!
A Secção morreu.
A Tuna no Salão Cultural da Arcor

O salão cultural é da Arcor, naturalmente, mas está reservado quase em exclusivo para iniciativas culturais mas, imagine-se só..., actividades da Tuna.
Tuna que lá organiza as suas festas de aniversários e concertos, até cursos de formação musical.

É justo salientar o funcionamento oficialmente certificado e, de resto, bastante elogiado da Secção Social - sem perder de vista, porém, a lamentável perda de valências - sem que, todavia, seja conhecida luta directiva alguma, por elas. E,  dito de outra maneira, tal se deve principalmente ao quadro de pessoal e à directora técnica, como sempre faz questão de sublinhar o presidente da direcção. Sempre a elogiar as trabalhadoras, como se não lhes competisse (a elas) cumprir com zelo as suas obrigações profissionais.

Tiago Tavares, campeão do
 mundo de canoagem


A área desportiva (extra-canoagem) não existe, pura e simplesmente, e basta ir ver o estado degradado em que está o polidesportivo. Quando se realizou lá a última actividade?

O polidesportivo da Arcor
Até a equipa de futsal que habitualmente representava a freguesia em torneios populares deixou de existir.

A Canoagem funciona bem, temos um campeão do mundo e vários campeões regionais e nacionais. Mas a dinâmica do seu funcionamento é da responsabilidade dos seus interessados seccionistas. Não é da direcção.

A assembleia geral extraordinária, convocada para 20 de Janeiro de 2017, para analisar a situação decorrente da falta de lista de candidatos, teve participação de menos de 20 associados. Nem sequer todos os actuais órgãos sociais estiveram presentes, numa clara demonstração de desinteresse pela instituição.


O jantar comemorativo dos 38 anos teve menor participação que os anteriores. Participação que, de resto, tem vindo a decrescer. Dos antigos presidentes de direcção, só um esteve presente. Os outros não se viram e o presidente que esteve é até familiar do actual. Dirigentes antigos, contam-se pelos dedos! Pouquinhos!


É desta Arcor que se fala: uma instituição autofágica, diríamos, a que os ribeirenses são indiferentes, a de dirigentes que só aparecem nos actos principais (e nem sempre), uma associação que parece fechar-se sobre si mesma, sem abrir portas para o futuro.

Quem dera que estejamos enganados. E Deus ajude!
Quem dera que acordem e se voluntariem os verdadeiros ribeirenses e principalmente os arcorianos.

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