quinta-feira, janeiro 26, 2017

Vazio directivo trava discurso de festa no aniversário da ARCOR

O presidente da Assembleia Geral da Arcor, Paulo Santos, seguido de toda a Direcção: Mário Marques (tesoureiro), Joel Gomes (secretário), Manuel Soares (presidente),  Luís Ferreira (vogal) e Fernando Pires (vice-presidente)
Foto do jornal Região de Águeda 


A reportagem do Região de Águeda. - Clicar para ampliar
As declarações dos presidentes da Assembleia Geral e da Direcção da Arcor, no jantar comemorativo do 38º. aniversário, a falar de extinção da associação, foram reportadas pela jornalista Isabel Gomes Moreira, do «Região de Águeda», que, naturalmente mais atenta aos discursos que o comum dos mortais, por razões do seu trabalho profissional, deu notícia da fúnebre noite no seu jornal.
É o que reproduzimos, integralmente, da página de Óis da Ribeira (nas duas imagens), para memória futura e sob o título:

VAZIO DIRETIVO TRAVA
DISCURSO DE FESTA NO
ANIVERSÁRIO DA ARCOR 

Não houve discurso de festa no jantar dos 38 anos da ARCOR - Associação Recreativa e Cultural de Óis da Ribeira. Ouviram-se antes palavras de grandes preocupação em relação ao futuro da instituição, que não conseguiu ainda arranjar nova equipa para liderar os seus destinos»
«SERÁ Óis da Ribeira uma terra tão rica que possa prescindir da Arcor», questionou por várias vezes ao longo do seu discurso Paulo Santos, presidente da assembleia geral da associação, que na sexta-feira, véspera da festa, tinha reunido uma vez mais na esperança de encontrar sucessor para Manuel Soares e sua equipa.
«É confrangedor ver o estado actual a que chegou a nossa instituição», acrescentou Paulo Santos, no discurso mais assertivo da noite, referindo-se a falta de pessoas disponíveis para constituir uma lista e assim garantir a sobrevivência da associação.
O presidente da assembleia geral elogiou ainda o trabalho da direcção de Manuel Soares. «A direcção permitiu que enfrentássemos os tempos difíceis sem que a crise que o país vivia se sentisse neste casa». disse.

«Seria para mim um 
desgosto enorme
vir a ser o coveiro 
desta casa»

«Não é pela situação económico financeira que não aparece gente, porque esta casa deu todos os anos lucro com esta direcção», sublinhou ainda Paulo Santos. «Quando não surgem pessoas para constituir lista, a lei diz que o destino das associações é a extinção», afirmou, acrescentando: «Seria para mim um desgosto enorme vir a ser o coveiro desta casa».
Recorde-se que esta foi a segunda assembleia geral marcada para eleger os novos órgãos sociais da instituição. Uma reunião na qual compareceram apenas 19 dos 600 associados da Arcor, revelou Paulo Santos, ao longo da sua intervenção.
Agora, o presidente da assembleia geral vai aguardar algum tempo até marcar nova reunião, para ver se entretanto surge uma lista candidata.

«Este não era o discurso
que gostaria de fazer 
neste aniversário

Também Manuel Soares, que terminou o mandato de presidente da direcção em 31 de dezembro, mas que se mantém a frente da gestão da instituição, lamentou a situação e apelou ao aparecimento de pessoas disponíveis, lembrando que a situação económica e financeira da associação é estável. «Este não era o discurso que gostaria de fazer neste aniversário», desabafou.
Carlos Lemos, presidente da União Concelhia das IPSS de Águeda, por sua vez, lembrou que o que se passa na Arcor passa-se em muitas outras instituições, defendendo que o modelo de gestão das IPSS tem de ser repensado. Também Sérgio Neves, presidente da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira, questionou o que seria da população se hoje não houvesse a Arcor?».
ISABEL GOMES MOREIRA  
Declarações de Augusto  Gonçalves, Hélder
Santos (SS), Edson Santos (vereador) e F. Vi-
torino (presidente da Assembleia Municipal)

Declarações de algumas

individualidades convidadas,
bem mais optimistas


«É uma instituição
que faz falta, hoje
mais do que  nunca»

AUGUSTO Gonçalves, sócio honorário da Arcor, manifestou-se convicto que «os ribeirenses irão saber corresponder às necessidades que há de formar um grupo de pessoas para tomar conta dos destinos da Arcor» para que «continue a navegar em águas tranquilas e equilibradas». «É uma instituição que faz falta, hoje mais que nunca, disse, apelando a que 'nenhum de nós se distraia dessa necessidade e que colabore dentro das suas possibilidades».
Hélder Santos, representante da Segurança Social, manifestou surpresa pelo que ouviu, manifestando-se preocupado com a situação, lembrando o importante papel que instituições como a Arcor desempenham nas suas comunidades, pelas respostas sociais que disponibilizam, pela sua dinâmica social e pelos empregos que geram. «Em 600 pessoas não acredito que não haja um conjunto de pessoas que se junte para fazer com que a instituição não acabe», disse.

Ribeirenses deram
sempre a volta
por cima

TAMBÉM Edson Santos, vereador da Câmara Municipal, se manifestou surpreendido com o que ouviu. «Não é nada que me preocupe porque conheço as gentes de Óis da Ribeira...e sempre deram a volta por cima», afirmou, desafiando Manuel Soares a fazer mais um mandato. O vereador mostrou-se ainda comovido quando dirigiu uma palavra especial às funcionárias da instituição.
Francisco Vitorino, presidente da Assembleia Municipal, também não fugiu ao tom dos discursos da noite, que visaram despertar os ribeirenses, colocando a tónica no pape das instituições não só social mas também desportivo.


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