segunda-feira, abril 05, 2021

Escola em lista de edifícios públicos abandonados. Cuidar do herdado, para deixar o legado!



O edifício de 3 salas da escola primária de Óis da Ribeira está abandonado pela Junta de
Freguesia. Tal qual a casada Rua Adolfo Pires dos Reis, que já foi sede da Tuna Musical

Notícia no «Diário de Aveiro» sobre os
mais de 60 edifícios públicos abandonados
   Escola de OdR abre
   a lista de edifícios
   abandonados


O edifício da escola primária de Óis da Ribeira é um dos que foi considerado «património público esquecido» pelo projecto lançado em Outubro de 2020 pela eurodeputada socialista Maria Manuel de Marques.
Maria Manuel Nogueira de Lemos Marques nasceu em Quelimane (Moçambique), mas rem raízes familiares em Alquerubim. Foi ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, em 2015 e 2019, ano em que entrou para o Parlamento Europeu.
O trabalho de mapeamento de edifícios públicos abandonados no país surgiu na sequência de uma sua publicação de foto da abandonada escola de Alquerubim, feita nas redes sociais, pela eurodeputada e ex-ministra e militante da defesa do património público abandonado, a que se associou José Carlos Mota, investigador da Universidade de Aveiro e membro activo de várias acções e projectos cívicos.
O desafio foi dar seguimento a um projecto que pudesse «mobilizar os cidadãos para esta causa nacional», convicto de que este mapeamento pode levar «as comunidades a reflectirem sobre o seu património, nos seus bairros ou cidades e sobre o seu futuro».
A iniciativa torna-se ainda mais pertinente numa altura em que se vai começar a discutir a aplicação dos fundos do próximo quadro comunitário de apoio. 
«Temo que, com os fundos que vão chegar no próximo quadro de apoio financeiro plurianual, se opte outra vez pelo mais fácil, fazer de novo em vez de ter a maçada de pensar num projecto para recuperar», disse a eurodeputada socialista, que tem raízes familiares em Alquerubim.

O protocolo Câmara/Junta foi
assinado a 16 de Janeiro de 2020


O caso da escola
de Óis da Ribeira


A escola primária de Óis da Ribeira é um edifício de 3 salas, as duas últimas inauguradas (de 1º. piso) em finais em 1958/1959.
A Câmara Municipal de Águeda cedeu-a à Junta de Freguesia da União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira por protocolo de 16 de Janeiro de 2020. Há um ano e quase 3 meses
O objectivo, segundo a propaganda da época, era que a Junta de Freguesia da UFTOR, presidida por Sérgio Neves, lá desenvolvesse «um projeto multigeracional, tendo por objetivo a realização de atividades de caráter social e cultural, projetos com a comunidade que promovam a integração e a inclusão social».
Entre tais planos de intenção previstos para aquele espaço contava-se a criação de um atelier de costura (coisa muito prá frentex...), entre outras actividades lúdicas e de interesse social para a comunidade local. Isto é: a Junta de Freguesia, no fundo e com fundos públicos, iria (irá) afirmar-se como «concorrente» das associações locais.
Nada foi feito, porém e desde então, e a escola aparece no cima da lista identificada pela eurodeputada com sendo «património público esquecido»

A Casa da Junta na Rua Adolfo
Pires dos Reis (Viveiro)
A casa do Viveiro,
fachada principal


A casa da Junta na Rua
Adolfo Pires dos Reis


A escola primária não é, infelizmente, o único edifício público em situação de abandono pela Junta de Freguesia da União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira. E falamos só de Óis da Ribeira.
A vila óisdaribeirense tem um outro prédio (originalmente de habitação) também abandonado, o que foi doado pelo benemérito Adolfo Pires dos Reis, na antiga Rua do Viveiro - agora com o nome deste cidadão, um óisdaribeirense que fez fortuna em Setúbal e lá faleceu.
Durante muitos anos, foi casa de habitação do 1º, sargento António da Silva Neto e D. Isabel e filha - Fátima Neto. Depois, lá funcionou a sede e escola de música da Tuna Musical de Óis da Ribeira. Mas foi abandonado, até hoje, quando esta instituição passou para a antiga sede da Junta, a 17 de Novembro de 2007. Há quase, quase 14 anos.
Tantos anos quantos os que está esquecido e a degradar-se, por desmazelo da Junta de Freguesia da União de Freguesias travassÓisense.
Será assim que, e citamos a Junta de Freguesia, é «cuidar do herdado, para deixar o legado»?
Cá para nós, não!

 

5 comentários:

Anónimo disse...

Como o verniz cobre um pote de barro, as palavras fingidas cobrem um coração mau...

E a melhor maneira de responder a um mau argumento é não deixá lo continuar no lugar que ocupa.

Anónimo disse...

Um trauliteiro que é pior que as crianças, querem muitas coisas, mas não as suas consequências.

Anónimo disse...

Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que o malfeitor da vida pública local mais quer. Porque é no excesso de liberdade que ele comete o pecado de ter a escola abandonada.

Anónimo disse...

É TÃO VERGONHOSO SABER CERTAS COISAS COMO IGNORAR OUTRAS

Quando há um profundo desinteresse da segunda parte, qualquer esforço da primeira será patético e vergonhoso.

Anónimo disse...

Esta inversão de valores localmente, onde ser honesto chega ser vergonhoso...

Vergonhoso é viver numa vila que não valoriza educação e respeito, que não seguem o que pensam, mas sim o que a massa faz, só para lembrar, o que todos fazem nem sempre é o certo a ser feito.