domingo, novembro 07, 2021

Romeu Fernandes (BE) 2: As obras públicas em tempo de eleições; as coligações, a política do (não) vale tudo!

O Bloco de Esquerda levou a questão da pateira ao Parlamento Europeu.
Romeu Fernandes, candidato BE em 2021, é o quinto a contar da direita

Romeu Fernandes foi o candidato nº. 1
da Bloco de Esquerda nas eleições
nas Autárquicas 2021 da UFTOR


O bloquista Romeu de Castro Fernandes, em declarações ao 
d´Óis Por Três, comentou as obras públicas realizadas em tempo e nas vésperas de eleições autárquicas na vila de Óis da Ribeira, afirmando que «são práticas correntes em muitas Juntas de Freguesia e muitas Câmaras Municipais».
«Obviamente que não concordamos com essas situações. Não podemos guardar obras necessárias só para aparecerem na altura das eleições», sublinhou o candidato do Bloco de Esquerda nas eleições autárquicas de 26 de Setembro de 2021, na União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira.
O d´Óis Por Três questionara a Romeu Fernandes como comentava «o volume de obras feitas pela Junta, em Travassô e Óis da Ribeira, nos dias imediatamente pré-eleitorais?» - de que são exemplo a ligação entre os dois cemitérios e o asfaltamento das Ruas Benjamim Soares de Freitas, entre os largos da Igreja e do Centro Social, e a Jacinto Bernardo Henriques, deste largo até à ponte sobre o rio Águeda.
O candidato bloquista acrescentou, no seu depoimento ao d´Óis Por Três, que «a mentalidade de muitos políticos tem de mudar, mas isso só se alterará quando as populações quiserem uma real mudança».
Perguntámos também, em função dos votos do BE mas últimas eleições, como acha que será possível alterar a situação?
- Romeu Fernandes (RF): Continuando a trabalhar como temos vindo a fazer, esperando que a população nos dê uma oportunidade. Continuamos a ser o único partido que levou o tema da pateira ao Parlamento Europeu. Para não falar das inúmeras vezes que já levamos esse tema à Assembleia da República e à Assembleia Municipal.
O candidatos do BE em
TravassÓis de 2021

Juntos uns contra os
outros e em coligação;
na política não vale tudo!


O candidato que liderou a lista do Bloco de Esquerda na UFTOR, comentando a coligação Juntos Por Águeda, a do Juntos de 2017 com o PSD e do Partido da Terra, disse ao d´Óis Por Três que «na política não vale tudo».
- d´OpT: Como comenta o facto de a coligação vencedora ser formada por candidatos de listas que andaram a guerrear-se nos últimos 4 anos e agora aparecerem juntos em frente eleitoral?
- RF: Para nós, só demonstra aquilo que não deve ser feito. Não podemos andar 4 anos a acusar a Câmara Municipal de não querer saber da nossa freguesia e, de seguida, dar-lhes a mão. Exemplo disso foi o que aconteceu na Assembleia Municipal realizada na nossa terra. Na política não vale tudo.
- d´OpT: Pode antecipar como vai agir, em termos de intervenção política, durante os próximos 4 anos na AFTOR?
- RF: Nós iremos manter a mesma oposição, intervir quando acharmos necessário. 
- d´ÓpT: Como assim?
- RF: Nem tudo está mal, assim como nem tudo está bem. Já por algumas vezes, em Assembleias de Freguesia, no tempo destinado à população, fizemos alertas, reparos e sugestões.
- d´OpT: Será esse o vosso caminho?
- SF: E esse é o nosso caminho, o caminho que iremos continuar a fazer. Essas intervenções s(er)ão feitas em locais próprios.

Romeu Fernandes e Diana Moreira: 
o casal bloquista de Óis da Ribeira


A mudança de partidos,
o pensamento político e
a mudança de paradigma!

A «transferência» de Romeu Fernandes do PS para o Bloco de Esquerda (BE) aconteceu, segundo nos disse, por este partido «estar mais enquadrado no meu pensamento político». 
Falando ao d´Óis Por Três, comentou que ainda apoiou a familiar Carla Eliana Tavares na candidatura (dela) à presidência Concelhia Política Concelhia socialista de Águeda e que acredita numa «mudança de paradigma» na política travassÓisense.
- d´OpT: Há 4 anos, foi candidato do PS nas eleições autárquicas locais, partido de que pouco depois se demitiu. Quer explicar esta mudança de cor e ideologia partidária?
RF: Já tinha explicado na altura o porquê de me ter desvinculado da lista (socialista) que tinha ido a eleições e não quero alimentar mais este tipo de situações.
Bloco de Esquerda
em Óis da Ribeira
Carla Tavares
- d´OpT: Mas saiu do partido, mudou para o BE...
- RF: Não me desvinculei logo do PS. Ainda apoiei a nossa conterrânea Carla Tavares na sua candidatura à Concelhia de Águeda e, depois disso, fui abordado para integrar uma lista do PS nas eleições intercalares de 2019, proposta que recusei. Mas, ainda hoje tenho excelentes relações com pessoas ligadas ao PS de Águeda, seja puramente de amizade, quer de ligações familiares. Uma coisa não invalida a outra e consigo ter o discernimento necessário para separar as águas.
- d´OpT: Mudou de partido, isso é um facto indesmentível...
- RF: Esta mudança está sobretudo ligada ao contexto nacional, não estava de acordo com a linha orientadora e vi que o Bloco de Esquerda estava mais enquadrado no meu pensamento político.
- d´OpT: Foi uma mudança de partido, sejam quais forem as razões...
- RF: Logo foi uma mudança natural. Não houve um corte radical, não fui de um partido de esquerda para um de direita, ou vice-versa. Foi algo refletido, com muita análise política em medidas concretas.
- d´ÓpT: Há, como saberá, quem pense que é, de sua parte, uma busca de protagonismo. Será mesmo?
- RF: Acusam-me várias vezes de querer «protagonismo» mas sabemos que tanto o PS como o PSD, como os dois maiores partidos que são, têm um peso inevitavelmente maior. As pessoas que concorrem por estes partidos, têm uma percentagem de votos inerentes, por parte dos seus militantes e simpatizantes.
- d´OpT: O que sobra para o BE?
- SF: O trabalho desenvolvido pelos partidos mais pequenos, ou por eventuais movimentos independentes, obriga a um trabalho maior por parte de PSD e PS, cujos eleitos nem sempre estão preparados para o fazer.
- d ÓpT: Sempre foi assim, como será no futuro?
SF: Assistimos a uma mudança no paradigma e á também nesse sentido, que acredito que posso fazer a diferença em Óis da Ribeira mas também em Travassô. Até porque vivi em ambas as freguesias e conheço as suas realidades.

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