quarta-feira, maio 11, 2022

Escola Primária 3: A primeira escola primária, já insuficiente, a troca e cedência de terrenos e 83 alunos !

As 3 salas da escola primária de Óis da Ribeira
A escola de ÓdR e logradouros, na Rua Nossa
Senhora de Fátima, a Ladeira da Escola


O edifício da escola primária de Óis da Ribeira Escola foi construído no âmbito do Plano dos Centenários do Estado Novo e ampliado, em 1958/1959, de uma para três salas, com vestíbulos centrais.
O bloco é de planta rectangular, de dois corpos articulados, de um e dois pisos, com três salas de aula, viradas a norte, rasgadas por três amplos vãos e por abertura na face oposta (a sul).
O primeiro piso tem dois vestíbulos de acesso às salas de aula. O do lado nascente também dá acesso à sala do 2º. piso. As salas de aula conservam o arranjo frontal, com iluminação dominante unilateral do lado sul e impossibilidade de ver o exterior em posição sentada, com quadro no topo do lado poente.
A fachada posterior (do lado norte) tem um alpendre, com sanitários mas parcialmente fechado, conservando pilares nas  faces laterais e parte da frontal. 
As salas de aula deste bloco conservam o arranjo frontal, com iluminação dominante unilateral da esquerda e a mesma  impossibilidade de visualizar o exterior em posição sentada.
A escola primária fica na Rua Nossa Senhora
de Fátima - a Ladeira da Escola

Escola insuficiente
para... 83 alunos!!!

O imóvel situa-se na Rua Nossa Senhora de Fátima, em local vulgarmente conhecido como Ladeira da Escola, a caminho do chamado Bairro Alto.
O espaço de antigos pinhais foi terraplanado pelo povo de Óis da Ribeira por Março/Abril de 1946, quando a Junta de Freguesia presidida por Benjamim Soares de Freitas convidou alguns lavradores e agricultores locais para «para que o façam gratuitamente, visto tratar-se de um grande melhoramento, que acabamos de ver quase resolvido».
O povo colaborou mas a Junta de Freguesia, mesmo assim e em Dezembro desse ano, assumiu um custo de 340$00 para as ditas terraplanagens.
Terraplanagens que ficaram concluídas em Novembro desse ano (1946) - altura em que a Junta de Freguesia disso deu conhecimento à Câmara Municipal - para solicitar a inauguração e apoio para essas despesas.
A inauguração tardava e, em Março de 1947, as professoras recusavam matrículas, por falta de espaço nas salas particulares onde ministravam as aulas.
Altura em que as mesmas professoras pediram o desdobramento da escola mista, criando a masculina e a feminina.
«A escola a inaugurar já é insuficiente», oficiou a Junta, informando a Câmara que «a população escolar aumentou».
A esse tempo, havia 83 crianças em idade escolar: 42 masculinos e 41 femininos.
Ora, a sala a inaugurar só tinha capacidade para 48, embora estivessem 65 a ter aulas - sabe-se lá em que condições. Por alguma razão, nesse tempo de há 75 anos, a Junta de Freguesia presidida por Benjamim Soares de Freitas pedia à Direção Escolar para «ser criada uma escola masculina e transformada em feminina a mista actualmente existente».
A chave da nova escola acabaria por ser entregue às professoras, em Maio de 1947, para «começar a ser utilizada no ensino primário, independentemente da sua inauguração».
Julgamos que não chegou a realizar-se cerimónia oficial de inauguração da escola - a primeira sala.
Presidente Benjamim
Soares de Freitas

Troca de terrenos
para a escola !

As primeiras iniciativas no sentido de construir a escola primária datam de 15 de Outubro de 1944, data em que a Junta de Freguesia presidida por Benjamim Soares de Freitas foi solicitada pela Câmara Municipal de Águeda no sentido de «com a maior urgência se proceder à terraplanagem do terreno onde deve ser construído o novo edifício escolar desta freguesia».
Mas, certamente e antes, outras e decisivas diligências foram efectuadas entre as autarquias
O executivo incluía o secretário Joaquim Augusto Tavares da Silva e Cunha (professor) e o tesoureiro Manuel Soares dos Santos (Lopes).
«A terraplanagem dos terrenos destinados ao novo edifício escolar encontra-se concluída», respondeu a Junta de Freguesia, pelo ofício de 19 de Novembro de 1946.
Os terrenos terraplanados foram dispensados por Manuel Soares dos Santos (Lopes, que era tesoureiro da Junta de Freguesia) e João Simões Estima, cidadão de Espinhel, por troca.
João Estima cedeu um de 193,5 metros quadrados (43 metros de comprimento e 4,5 de largura), recebendo de Manuel Soares dos Santos um de 193,64 m2 (94 e comprimento e 2,06 de largura). Este, da Junta de Freguesia, recebeu 200$00. O que foi registado a 14 de Agosto de 1945.
As terraplanagens, recordemos, viriam a iniciar-se em Março de 1946.
- AMANHÃ: As duas salas novas da escola primária em 1959!

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