terça-feira, dezembro 01, 2020

Os dias 1 de Dezembro nos dias de Óis da Ribeira...

A escola feminina, agora
casa de Tobias F. Reis

A escola feminina, a restauração de
Portugal, a demolição da sede da Junta 
e a compra do terreno da ARCOR

1 - Ano de 1906,
há 114 anos
Inauguração da Escola Feminina

A escola primária feminina de Óis da Ribeira foi inaugurada a 1 de Dezembro de 1906, há 114 anos, com festa rija, foguetes e duas tunas - a local e a de Travassô.
As autoridades foram recebidas em Cabanões, o desfile atravessou o rio (a ponte só viria em 1952) e à uma hora da tarde chegaram as autoridades de Águeda, formando-se «um cortejo imponente, pela grande quantidade de povo» e deitaram-se muitos foguetes, com as ruas embandeiradas e «os diferentes e bonitos arcos de flores apresentavam uma vista lindíssima».
A inauguração foi à 1,30 da tarde, falando o padre Marques de Castilho, director da Escola Distrital de Aveiro (em nome do Conde de Águeda, «a quem se deve a criação da cadeira»), o padre José Bernardino dos Santos Silva e Domingos Cerqueira - que encerrou a sessão.
A escola ficava na casa que é hoje de Tobias Framegas dos Reis e foi construída por Manuel Maria Tavares da Silva - para residência do cunhado Acúrsio Sucena Estima, emigrado no Brasil. 
A primeira professora foi Alzira Tavares da Silva, de Travassô, e a festa foi encerrada no «palacete do padre José Bernardino», onde o pai da professora (António Tavares da Silva) ofereceu «a cerca de 200 pessoas, um lauto jantar, que decorreu animadíssimo, havendo champanhe e brindes entusiásticos e brilhantes».
As duas tunas «acompanharam sempre, tocando ambas ao banquete belas e variadas peças, que muito agradaram».
Restauração de Portugal

2 - Ano de 1935,
há 85 anos !
Comemoração da Restauração de Portugal

Os professores das escolas primárias de Óis da Ribeira comemoram, a 1 de Dezembro de 1935, já lá vão 85 anos..., a restauração de Portugal - ao tempo denominada Dia da Independência Nacional. 
O programa envolveu a explicação histórica do que, em 1640, foi a revolta dos 40 conjurados contra o domínio espanhol da Dinastia Filipina espanhola.
Os conjurados invadiram o Paço da Ribeira, onde se encontrava a Duquesa de Mântua, vice-rainha de Portugal, e Miguel de Vasconcelos, o seu secretário-geral - que estavam ao serviço do Rei de Espanha. A duquesa escondeu-se num armário e Miguel de Vasconcelos foi atirado pela janela, o que lhe causou a morte, e proclamaram D. João IV, descendente de D. João I, como o novo Rei de Portugal - assim se dando inicio à 4ª. Dinastia, a da Casa de Bragança.
Bandeira de Óis da Ribeira

3 - Ano de 1951,
há 69 anos!
Demolição da sede da Junta 

A Casa da Junta de Freguesia de Óis da Ribeira inaugurada a 7 de Setembro de 1947, há 73 anos, foi demolida a 1 de Dezembro de 1951, já 69 e para ser aberta a rua que dá acesso à ponte.
A demolição já tinha sido decidida a 8 de Julho desse mesmo ano, «por ordem da Câmara Municipal de Águeda», que também expropriava uns casebres anexos, afim de desobstruir a estrada de ligação à ponte - assim se concluindo que ficavam onde hoje é a Rua Jacinto Bernardo Henriques (a da Ponte). 
O presidente da Junta de Freguesia era Benjamim Soares de Freitas, com o secretário Arnaldo Rodrigues de Figueiredo e o tesoureiro Manuel Soares dos Santos (Lopes). A venda de pedra e madeiras do edifício rendeu 288$50.
O trabalho de demolição foi executado João Simões de Carvalho (Caçarolo), José Pereira dos Santos, José Rodrigues de Almeida (Padeiro) e Invêncio Viegas, que pelo serviço levaram 72$50. O orçamento da Junta de Freguesia, para 1952, aprovado a 23 de Dezembro de 1951, era de… 601$75.
A casa do padre José Bernardino
no dia da 1ª. pedra da ARCOR, a
20 de Fevereiro de 2000

4 - Ano de 2002,
há 18 anos !
ARCOR comprou terreno
do padre José Bernardino

A compra do terreno da casa e quintal que foram do padre José Bernardino dos Santos Silva foi decidida pela ARCOR a 1 de Dezembro de 2002, há precisamente 18 anos, na direcção presidida por Celestino Viegas e embora na altura dependente da aprovação da assembleia geral.
A casa tinha sido demolida em Dezembro de 2002 e a compra aos herdeiros do padre José Bernardino (o casal Cândida Tavares Ferreira e José Bernardino Estima Reis) foi aprovada na AG de 12 de Dezembro de 2003, por 140 000 euros (28 000 contos!). Seriam agora 176.699 euros.
O espaço destinava-se a construir o lar e espaços de lazer mas, infelizmente e vá lá saber-se porquê, passados 17 anos e as direções de Agostinho Tavares, João Gomes, Manuel Soares e a de, agora, Mário Marques, o terreno está sem lar e totalmente desaproveitado. 

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