quinta-feira, dezembro 16, 2021

Sequestro de óisdaribeirense no Brasil, com pedido de resgate de 2,4 milhões de euros!

A notícia do jornal «Folha de S. Paulo» de 6 de Dezembro de 1995

José Estima, irmã Erminda e cunhado Jaime,
sobrinho José Bernardino (Zeca) e Cândida
(esposa) nos anos 90 do Século XX

José Estima


A Família Estima, de Óis da Ribeira, foi há 26 anos alarmada com o rapto de António José, empresário de 33 anos e filho de António Pires Estima - que na altura estava de férias em Portugal com o irmão Dinis.
Os três raptores exigiam um resgate de 300 000 contos, agora seriam 2.400.508,21 euros, e o pai e o tio de imediato regressaram ao Brasil, para tentarem resolver o grave e trágico problema familiar.
A família Estima já em Novembro de 1980, há 41 anos, tinha sido abalada pelo brutal assassinato de José  - irmão de António, Dinis e Maria, então no Brasil, e, do primeiro casamento do pai (José Estima, que enviuvou), de Olívia (que foi esposa de José Pires Ferreira dos Reis, Zé da Luz) e Erminda (de Jaime Pinheiro dos Reis), que moravam em Óis da Ribeira, e Fernando Pires Estima (em Aveiro), entretanto já todos falecidos.
Sobrinhos são, entre outros, os irmãos Maria do Carmo, Maria Eugénia e José Augusto (este, emigrado no Brasil, na cidade de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul), filhos de Olívia, e Maria Erminda e José Bernardino dos Reis Estima (Zeca, empresário que reside no Porto e é o actual presidente da direção da ARCOR), filhos de Erminda.
A notícia no jornal «Folha
de S. Paulo» de 96/12/1995


Empresário foi solto por
por acaso no Rio de Janeiro


O jornal «Folha de S. Paulo», em reportagem de Cláudia Matos, intitulada «Empresário é libertado por acaso de cativeiro no norte do Rio», noticiou a libertação de António José Estima a 6 de Dezembro de 1995, de uma casa próxima do morro do Tuiuti, em São Cristóvão (zona norte do Rio).
«Ali foi encontrado por acaso por uma equipe de 12 policiais da 15ª. Delegacia de Polícia, que estavam no local à procura de um depósito de armas e drogas. Segundo a Secretaria da Segurança, a polícia desconhecia seu sequestro», escreveu a repórter do «Folha de S. Paulo».
A reportagem continuava:
(...) Estima, que fabrica jóias e bijuterias, foi sequestrado quando chegava a seu trabalho no Jacaré (zona norte). Ele foi levado para seu cativeiro, uma casa em uma rua residencial de acesso ao Tuiuti, dentro de uma caixa de papelão.
Foi esse fato que chamou a atenção de um informante da polícia, que decidiu revistar o local. Ao chegar à casa, os policiais encontraram Estima e três homens que tomavam conta do cativeiro. Os três estavam armados, foram presos e levados para a DAS (Divisão Anti-Sequestros), onde Estima prestou depoimento.
Segundo a polícia, que não revelou os nomes dos sequestradores, um deles, conhecido por «Gin», teria participado também do sequestro de David Kogan, morto ao tentar fugir do cativeiro e cujo corpo não foi encontrado.
Estima - que, apesar de trabalhar no Rio, mora em Três Rios (a 123 km de distância) - chorou muito e só acreditou que estava sendo resgatado por policiais ao ver seus documentos.
Segundo o relato de Estima, no último domingo, seus sequestradores o torturaram psicologicamente, apontando um fuzil para sua cabeça e para seu peito, gravaram as cenas em uma fita de vídeo e a enviaram para sua família. Apesar disso, no exame de corpo de delito, feito na DAS, Estima não apresentou nenhum hematoma.
«A tortura foi mais uma encenação dos sequestradores para impressionar a família dele», disse o delegado Sérgio Caldas, diretor da delegacia Metropol 2 (regional da zona sul). Junto com a fita, os sequestradores apresentaram um pedido de resgate de 2 milhões de reais.
Estima não quis falar com jornalistas. Para evitar o assédio da imprensa na chegada à DAS, ele entrou disfarçado de policial, vestindo um colete da Polícia Civil e com uma arma na mão.
Segundo números oficiais, seis pessoas estão em cativeiro no momento no Rio».
- NOTA: Lapso nosso indicou há um ano que a libertação teria sido a 16 de Dezembro de 1995. Hoje se fariam 26 anos. Foi, na verdade, no dia 6 e o rapto a 29 de Novembro anterior. Rectificamos as datas, pelo recorte do jornal «Folha de S. Paulo» e com o nosso pedido de desculpas.

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