sexta-feira, junho 19, 2020

A Carta Educativo e o Centro Educativo de Ois da Ribeira e... Espinhel

O terreno que a Junta ofereceu para o Centro Educativo de Óis da Ribeira e Espinhel
Os presidentes Fernando Pires , da Junta de Freguesia
de Óis da Ribeira, e  Gil Nadais, da Câmara Municipal
de Águeda

A Assembleia de Freguesia de Ois da Ribeira (AFOR) aprovou, por unanimidade e a 19 de Junho de 2007, hoje, precisaemente,  se fazem 13 anos, uma moção de «mais profunda discordância pela forma como foi elaborada a Carta Educativa», questionando os seus critérios e «não aceitando como válido o argumento de não criação do Centro Educativo de Ois da Ribeira e Espinhel».
O d´Óis Por Três «navegou» na net, acedendo a sugestão de uma leitora, no sentido de recordar, e citamo-la, «um dos raros momentos de união dos políticos da nossa terra».
A história, na verdade, é interessante e, por isso mesmo, repetimos o que o d´Óis Por Três AQUI publicou a 27 de Junho de há 13 anos, reportando a sessão da Assembleia de Freguesia de Óis da Ribeira (AFOR) do dia 19 imediatamente anterior.
Manuel Soares, presi- 
dente da AFOR 
em 2003

Os superiores interesses
de Óis da Ribeira

A moção começava por considerar que a Carta Educativa «é um atentado aos superiores interesses de Ois da Ribeira e, de uma forma particular, às suas crianças (…) não fazendo qualquer sentido obrigá-las a longas deslocações e incomodidades diárias, com todos os riscos inerentes, quando outras soluções podem ser encontradas». E sublinha que «não pode ser uma fatalidade o facto de constituirmos uma pequena freguesia, ficando frequentemente sujeitos aos interesses nem sempre justos, das grandes freguesias».
A moção, subscrita pelo presidente Manuel Soares (foto), manifestou igualmente «preocupação e descontentamento» por a Carta Educativa «prever o encerramento, a curto prazo, da escola do 1º. Ciclo» de Ois da Ribeira e sublinha a situação em que a freguesia será colocada, «empurrada para a desertificação social», já que «perdendo as suas crianças, perderá muito da sua vida e colocará em risco a viabilidade de uma obra como o centro social, que custou muitas centenas de milhares de euros ao erário público e à freguesia». 
Foi aprovada por unanimidade.
Outra imagem do terreno do Surpel,
que tem sido depósito de vários lixos 

Junta de Freguesia 
ofereceu um terreno

A questão foi levada à Assembleia Municipal da última sexta-feira, 22 de Junho, pelo presidente da Junta de Freguesia, frisando que «a proposta de Carta Educativa que nos é apresentada, parece-nos que vai agravar ainda mais as carências e as desigualdades nas freguesias mais pequenas, em favor das grandes». 
Na verdade, afirmou Fernando Pires, «o que se verifica nesta proposta é que se retira o pouco que muitos têm, para se dar aos poucos que já têm tudo».
«Os Pólos Educativos vão ser concentrados em freguesias que já quase tudo têm, alargando mais o fosso que existe entre as freguesias ribeirinhas, as da zona serrana e as do norte e do sul do concelho, disse o autarca, sublinhando ainda que “a ser implementada, a Carta Educativa irá contribuir para aquilo que parece ser o tão desejado princípio do fim de algumas freguesias, mais uma vez em benefício dos mesmos”.
«No que toca a Óis da Ribeira – disse Fernando Pires – pensamos que é um grave erro não ser criado o Pólo Educativo, que agregaria Óis da Ribeira e Espinhel». Por isso, frisou o autarca ribeirense, dirigindo-se ao presidente da Câmara Municipal, Gil Nadais, «reiteramos a nossa proposta de disponibilização de um terreno, para esse fim e no limite das duas freguesias».

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