terça-feira, agosto 23, 2022

* Memórias d´Óis dos dias 23 de Agosto: A vala/poço que é um perigo em baldio público (2021)! Estatística eleitoral de Óis da Ribeira (1881)! Citação de ausentes em pare incerta (1894)! Fado de Coimbra nas Festas da Pateira (1964)! Futebol da ARCOR entre casados e solteiros (1980)! A nomeação do padre Júlio Grangeia para Óis da Ribeira (1988)! Bruno e Marco bi-vencedores de canoagem (1997)! Redes de água e saneamento são uma vergonha (2019)!

A vala aberta junto ao hangar de canoagem. Há anos!

A vala/poço junto ao hangar

1 - ANO 2021: A VALA/POÇO 
QUE É UM PERIGO EM ESPAÇO 
DE BALDIO PÚBLICO: Há mais de um ano que, vá lá saber-se porquê, foi aberta uma vala, tipo poço, junto ao hangar de canoagem da ARCOR. Quem a abriu, lá saberá a razão! Que é desconhecida do público.
Acontece que, embora assinalada com fitas de segurança, assim como está é um perigo para a muita gente que, nomeadamente aos fins de semana, por ali veraneia, por ali almoça e merenda, as pessoas que por ali passeiam e se contagiam de ócio e lazer. Principalmente, para as crianças que por ali descuidadamente e tranquilamente brincam, saltam, correm e lá podem cair.
Há também os atletas da ARCOR Canoagem, que ali treinam diariamente.

Um baldio público
que tem dono...


A questão não é saber a razão da abertura da vala, ou poço (chamem-lhe como quiserem), que alguma explicação haverá. E certamente boa.
Nem exactamente saber quem a abriu e ali a tem acessível e facilitadora de eventuais acidentes, num espaço público e muito frequentado. Aliás, até muito propagandead!
Imagem de 14 de Agosto de 2022
Espaço público que tem dono, como é absolutamente óbvio e natural: é baldio da Junta de Freguesia da (des)União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira, herdado da antecessora Junta de Freguesia de Óis da Ribeira.
O problema que pode surgir, na verdade - e Deus queira que não surja... -, é se, num dos aqueles acasos da vida, um destes dias ali acontece, mesmo, algum acidente, alguma desgraça!!!..., e depois os culpados morrerem solteiros.
Não nos levam a mal por falarmos destas coisas, mas são coisas de segurança pública, que interessam a todos, seja de que cor forem, credo, religião, política ou clube de futebol.
- NOTA: Este texto, exactamente um ano passado, está perfeitissimamente e lamentavelmente actualíssimo. O perigo lá continua exposto, embora ao longo do ano, uma vez ou outra tenham sido substituídas as fitas de «segurança». Assim se exercita o famoso «Cuidar do herdado para deixar em legado».
O Diário do Governo 188/1883


2 - ANO 1883: ESTATÍSTICA ELEITORAL
DE 1881 PUBLICADA EM 1883: O Diário do Governo nº. 188, de 22 de Agosto de 1883, publicou as estatísticas político-eleitorais da altura e de todo o país.
A freguesia de Óis da Ribeira integrava o concelho de Águeda e o respectivo círculo eleitoral - que além destas duas, incluía as de Espinhel, Recardães, Segadães e Travassô que, no total, tinham 7 618 moradores e 1 437 eleitores, mais 49 que em 1881.
- NOTA: O concelho de Águeda, nesse tempo, tinha ainda os círculos eleitorais de Aguada de Cima (com esta freguesia e as de Agadão, Aguada de Baixo, Belazaima do Chão e Castanheira do Vouga) e Valongo do Vouga (esta e Macieira de Alcoba, Préstimo, Macinhata do Vouga e Lamas).
O DG nº. 189, de 23/08/1894

3 - ANO 1894: CITAÇÃO DE AUSENTES EM PARTE INCERTA: O Diário do Governo nº. 189, de 23 de Agosto de 1894, publicou um edital do Tribunal da Comarca de Águeda, datado do dia 9 anterior, a citar António Lourenço Pires, solteiro, e Silvina Rosa Faneca (ou Fonseca?), viúva de Manuel João Pires Soares e representante de seus filhos Aníbal e Olímpia, menores de 14 anos, por causa da venda de uma casa e quintal a um dos filhos de José Gomes Fernandes e Delfina Pereira - os autores da acção.
Lourenço estava emigrado no Brasil e Silvina em Portugal, mas ambos em parte incerta. 
- NOTA: Os éditos eram de 30 dias e o casal José/Delfina teve pelo menos uma filha, Eufrosina Rosa Ferreira, que aos 23 anos, em 1885, casou com Francisco Ferreira da Silva - tendo o casal pelo menos 2 filhos,  António Maria e Angelina, que a 5 de Dezembro de 1933, faleceu em Valongo do Vouga.


4 - ANO 1964: FADO DE COIMBA
NAS FESTAS DA PATEIRAAs festas da pateira foram, até princípios dos anos 80 do século XX, um evento de enorme importância social e popularidade óisdaribeirense - o que mais forasteiros atraía à vila.
A tradição iniciou-se nos anos 50, em «competição» com as outras freguesias ribeirinhas da lagoa, e eram motivo de grandes programas de animação, essencialmente com os bailes populares, de grande folguedo, principalmente entre os mais jovens.
Habitualmente realizavam-se na primeira semana da Agosto, mas em 1964, não sabemos a razão, ocorreram no penúltimo e, a 23 de Agosto de 1964, há 58 anos, realizaram-se os então denominados «tradicionais festejos na lagoa de Óis da Ribeira».
Lagoa, repara-se bem! Não da pateira|
Assim eram anunciado em cartazes profusamente afixados na região. 
O programa começou às 15 horas, no largo em frente ao restaurante (que na altura ainda não existia), com os conjuntos «Os Perús», do Troviscal, e «Os Faraós», da Mamarrosa.
Ao tempo também não havia luz eléctrica na pateira e a noitada foi no actual largo do Centro Social, onde actuaram o conjunto «Estrela Azul», de Oliveira do Bairro, e um Coral de Estudantes da Universidade de Coimbra - assim era anunciado o grupo de fados em que cantava (e que bem!!!...), o conterrâneo António Berna, mais tarde comendador da República Portuguesa, no dia 10 de Junho de 1995, quando foi agraciado pelo então Presidente da Republica, dr. Mário Soares, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, por «serviços relevantes prestados à cultura».
- NOTA: O comenddor António Bernardino Pires dos Santos (Berna) faleceu a 16 de Junho de 1996 e está sepultado no Cemiterio Novo de Óis da Ribeira.



5 - ANO 1980: FUTEBOL DA ARCOR 
ENTRE CASADOS E SOLTEIROS:  A ARCOR organizou, a 23 de Agosto de 1980, já lá vão 42 anos!..., hoje se passam, um jogo de futebol entre equipas de casados e solteiros de Óis da Ribeira.
A partida decorreu no campo do Areeiro, em Travassô e, mais jovens, os solteiros venceram folgadamente (4-0), tendo alinhado com Milton Gomez; Manuel Capitão, Diamantino Correia (um golo), Zé Celestino Viegas e Samuel Fernandes; Custódio Ferreira (1), Zé Melo e Zé Edgar; Manuel Cipriano (Zé Fernando), Fausto Ferreira e Jorge Marques (2).
Mais pesadotes, os casados apresentaram-se com Zé Alves; António Framegas, Zé Maria Gomes, Jaime Gomes e Zé Maria Russo; Assilénio Carvalho, Gil Gomes e Zé Ferreira; António Morgado, Danilo Costa e Daniel Marques.
- NOTA: As equipas eram fartas em «Zés». Eram oito! E muita e afectuosa ligação da comunidade óisdaribeirense à ARCOR, associação que ia no seu segundo ano, após o acto fundador de 19 de Janeiro de 1979. Destes atletas de há 42 anos, já faleceu Manuel Cipriano.
Padre Júlio Grangeia

6 - ANO 1988: A NOMEAÇÃO DO 
PADRE JÚLIO GRANGEIA PARA A 
PAROQUIA DE ÓIS DA RIBEIRA: O padre Júlio Granjeia foi nomeado pároco de Óis da Ribeira e Travassô a 23 de Agosto de 1988. Há 34 anos.
Ordenado presbítero a 29 de Janeiro d
e 1984, em Águeda, celebrou missa nova a 5 de Fevereiro seguinte, em Vale de Ílhavo, de onde é natural. Chegara a Águeda no dia 16 de Outubro de 1983 (como vigário geral), depois de, nesse dia, ter sido diaconado na Sé de Aveiro. Na paróquia de Águeda, esteve quatro anos como coadjutor e foi, simultaneamente, pároco Castanheira do Vouga (a partir de 17 de Outubro de 1984) e professor de Educação e Moral Católica nas Escolas Fernando Caldeira (1 de Setembro de 1983) e Secundária Adolfo Portela (de 1983 a 2005).
Tomou posse da Paróquia de Óis da Ribeira a 9 de Outubro de 1988, na qual ainda se mantém. A 9 de Setembro de 2001, continuando pároco de Travassô e de Óis da Ribeira, tomou posse da Paróquia de Espinhel, saindo um ano depois, a 8 de Setembro de 2002. A 26 de Setembro de 2004, voltou a paroquiar Espinhel, com Travassô e Óis da Ribeira.
- NOTA: O padre Francisco Júlio Grangeia é o conhecido “padre da internet”, devido ao facto de ser percursor deste novo modelo de evangelização - no sítio www.padrejulio.net e também no facebook e outras plataformas digitais
.


7 - ANO 1997: BRUNO E MARCO 
VENCERAM O TORNEIO ABERTO
DE CANOAGEM DA PATEIRA: Os atletas Bruno Brandão e  Marco Santos, ambos da ARCOR, venceram as suas duas provas do Torneio Aberto de Canoagem da Pateira, disputado a 23 de Agosto de 1997. 
Há precisamente 25 anos!
Bruno, irmão de Sérgio Soares, pagaiou na especialidade de C1, no escalão de cadetes, e venceu os 200 e 2000 metros; Marco, irmão de Paulo Santos, correu em  K1 infantis e venceu as mesmas distâncias.
- NOTA: A direção arcoriana dessa época era presidida pelo já falecido Fernando Reis Duarte de Almeida e, vice/presidente e responsável pela canoagem, era Jorge Tavares.
O reasfaltamento das valas «está» no princípio da Rua Manuel Tavares
Máquina estacionada na Rua da Pateira

8 - ANO 2019: REDES DE ÁGUAS 
E SANEAMENTO SÃO UMA... VERGONHAAs obras de reasfaltamento das valas das redes de saneamento e águas de Óis da Ribeira andam a passo, a passinho de caracol. 
Após duas semanas de férias da obra, imagine-se só..., recomeçaram na semana que hoje acaba, fizeram uns poucos, os pouquinhos metros que restavam da Rua da Pateira, fez-se a de Santo António e o bocadinho da Rua Manuel Tavares que se vê na foto de cima. 
Esta rua, também conhecida por Rua do Cabo (mas que no princípio da democracia, terá sido?, ganhou o nome do benemérito Manuel Tavares), irá certamente demorar ainda mais tempo, será mais vagarosa, lenta, lenta, lentinha..., pois tem de ser limpas («desassoreadas») duas valas: a da água e a do saneamento.
O princípio das obras, a
3 de Setembro de 2018
É verdade que o prazo indicado pela AdRA, a dona da obra, ainda não acabou, o mês de Setembro, mas quem é que pensa e/ou acredita em prazos com o pó a entrar-lhes pela casa dentro, todos os santos dias, a todas as santas horas?
E também é verdade que o prazo contratualizado (conhecido) para a execução das obras era de 180 dias e acabou em... Fevereiro de 2019. Já passaram os meses de Março, de Abril, o Maio, o Junho, o Julho e estamos a uma semana de acabar o de Agosto.
Quem é que incumpriu?
Quem «paga as favas», que engole o pó, dá cabo das suas viaturas, tem a sua qualidade de vida violentamente fragilizada e vê a sua vida a andar para trás, altissimamente prejudicado, é o povo de Óis da Ribeira e quem por estas estradas e ruas tem de passar. 
- NOTA: Os políticos, os gestores da causa pública, esses prometem e incumprem e assobiam para o lado.
Máquinas na Rua de Santo António

É uma vergonha,
é o que isto é!...

Enquanto isso, continuam críticas e não são poupadas palavras a esta morosidade, a este «pára-arranca» com que os trabalhos tem decorri-
do - em evidente prejuízo de todas a gente e, muito principalmente, dos moradores das várias ruas e vielas  intervencionadas. 
«Isto nunca mais acaba, é uma vergonha..., uma vergonha, pá..., uma vergonha para todos, tratam-nos abaixo de cão...», reclamava hoje, exaltadíssima, uma mulher óisda-ribeirense, chamemos-lhe a Senhora A, gesticulando com violência e parecendo perder as estribeiras da melhor calma para estas situações. 
«Já lá vai um ano, pá... Um aaano...!», precisou.
A interlocutura, chamemos-lhe a Senhora B, esfregava as mãos no avental e também não poupou palavras e autarcas: «Agora não temos Junta nenhuma, ninguém nos defende, só ouvi dizer que andaram aí uns rapazotes a mandar bocas contra a Câmara, diz que na internet até apareceram uns chapéus de chuva... Tu por acaso viste isso? Eu não cheguei a ver».
«E isso o que é que vale? É só folclore, pá... - replicou a outra, a Senhora A -, só fazem isso porque não são do partido da Junta, é tudo uma canalhada pegada!».
«Ali o... (...) até me disse que nem sequer os jornais falam destas coisas, só trazem notícias da Tuna e lá não sei quê da internet da Junta», retorquiu a B: «A nossa terra é uma tristeza!».
«Poiiiis.... e diz até que um neto da Maria Pedronha foi lá falar a Águeda, na Câmara. Ele é da Junta?», perguntou a Senhora A, com ar bastante sério: «Mas, olha lá..., afinal quem é que de Óis está na Junta?».
Os chapéus do AgitÓis
«Sei lá eu bem quem é!...», retorquiu a B.
«Olha, sabes uma coisa? Eu só ia votar porque lá em casa me chateavam, pronto..., algumas vezes quase obrigaram mesmo. Mas nas próximas não vou votar, não... Votar para isto? Esta porcaria? Mas votar em quem? Ai isso é que não vou...», anunciou a Senhora A, de costas das mãos empurradas na cinta e muito decidida.
«Olha que se calhar vou fazer o mesmo», condescendeu a Senhora B, arredando-se do automóvel que passava, em marcha lenta, é certo, mas a levantar pó pela rua abaixo, rua feita picada africana, e tentando pisar o alcatrão que resta da abertura das duas valas.
- NOTA: As obras das redes de águas e saneamento, recordemos (aos mais distraídos e sempre existem..) tinham começado há quase, quase um ano. A 3 de Setembro de 2018.

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